Depois de um primeiro-ministro com uma licenciatura tirada a um domingo, o novo Governo do PS conta agora, também, com um Mestrado instantâneo. Ostenta-o, precisamente, a ministra da Educação, a ficcional Isabel Alçada. A triste história conta-se em poucas linhas. Nos idos da década de 80, a então licenciada em Filosofia concorria a um lugar de professora adjunta numa Escola Superior de Educação - mas, para não perder o comboio das promoções, precisava de um Mestrado. Solução rápida: frequentar, na Universidade de Boston, durante dois curtos mesinhos, um curso de Verão de "Masters". Com a proverbial ignorância dominante na máquina universitária, este "Masters" transformou-se facilmente num "Mestrado". E assim foi reconhecido oficialmente pelo Ministério da Educação, esse mesmo que Alçada agora tutela. Nada disto seria grave (embora já fosse indigno) se a nóvel ministra não tivesse a seu cargo a decisão final sobre licenciaturas, mestrados e doutoramentos alheios. Com que moral julgará (que, a propósito, é Vilar de apelido, pois é casada com o antigo ministro socialista Rui Vilar) quando um qualquer chico-esperto lhe exigir uma "equivalência" igual àquela com que foi socialisticamente bafejada?