PPM vai abrir sede em Braga a pensar em eleições antecipadas
O Partido Popular Monárquico (PPM) prepara-se para abrir a sede distrital até ao final deste ano, colocando um ponto final num vazio de duas décadas ao nível de um espaço que dê visibilidade à delegação distrital. O propósito da abertura da nova sede não é alheio à convicção de que o país vai ser confrontado com eleições legislativas antecipadas logo a seguir à eleição do futuro presidente da República, estimando o líder monárquico que o acto eleitoral possa ocorrer em meados do próximo ano.
“Com o governo socialista mergulhado numa forte crise de credibilidade, que o transformou em mais um grave problema para o país, acreditamos que não terá condições para levar o seu mandato até ao fim, porque há muito tempo que deixou de fazer parte da solução”, disse ao Diário do Minho o novo presidente dos monárquicos. Paulo Jorge Estêvão, que falava à margem de um encontro que manteve ontem com a secção de Braga do PPM, acrescentou que o seu partido “está convencido que a queda do Governo socialista vai ocorrer imediatamente após as eleições presidenciais”.
Convicto de que o actual cenário de crise “é em tudo idêntico” ao que Portugal viveu no final da década de setenta, o dirigente monárquico não escondeu que a solução para o país passa por uma coligação de direita abrangente como a que colocou o Partido Popular Monárquico no arco do poder, entre 1979 e 1983. As recentes declarações do social-democrata Miguel Relvas, tido como número dois de Pedro Passos Coelho, reforçam a convicção do monárquico que, nas últimas eleições regionais, conquistou para o PPM um lugar próprio no Parlamento Regional dos Açores.
Racionalizar esforços
“Embora estejamos convictos que o PPM pode e deve fazer parte da nova solução governativa, estamos a fazer o nosso trabalho para, caso seja necessário, concorrermos sozinhos nos 18 distritais do continente e nas duas regiões autónomas da Madeira e dos Açores”, continuou o deputado açoriano que há dois meses sucedeu a Nuno da Câmara Pereira na liderança do Partido Popular Monárquico.
É no contexto de estruturação do PPM para embate eleitoral antecipado que se inscreve a inauguração da sede distrital de Braga, que se vai seguir à abertura da sede de Faro, que é anunciada para Outubro. Mas caso tenham que apresentar-se sozinhos às eleições legislativas, os monárquicos vão concentrar esforços nos distritos onde acreditam que têm possibilidades reais de eleger deputados. “Não faz sentido dispersarmos Maios e recursos onde sabemos de antemão que o nosso esforço não dará os resultados eleitorais desejados”, precisou Paulo Estêvão, prometendo “uma gestão inteligente e produtiva do esforço político que o partido irá assumir”.
Braga, Porto, Lisboa e Setúbal são os distritos onde os monárquicos se propõem concentrar baterias, por existirem “fortes possibilidades de eleição de deputados”, vinca o presidente do partido, esclarecendo que a deslocação que fez ontem a Braga inscreve-se no périplo que está a efectuar por todas as concelhias e distritais do Partido Popular Monárquico.
Os contactos com as estruturas locais visam “conceder uma nova dinâmica” ao PPM, que tem em Braga uma das estruturas locais com maior visibilidade. “Temos sido parceiros da coligação para a Câmara Municipal, elegemos dois deputados para a Assembleia Municipal e temos um presidente de junta”, recordou Paulo Jorge Estêvão, deixando claro que acredita que tanto a concelhia como a estrutura distrital “podem dar um grande contributo para a resolução dos problemas da região”.