Jornal “Correio do Minho” de 30 de Maio, pág. 13
“Caso se venha a verificar a eleição de um deputado popular monárquico pelo círculo eleitoral de Braga, apresentaremos a renovação do referendo sobre a interrupção voluntária da gravidez”, anunciou ontem o cabeça de lista do PPM, Manuel Beninger.
Na opinião do candidato, o resultado do referendo não o tornou juridicamente vinculativo, “porque não atingiu o resultado necessário para a lei ser aprovada, tendo sido o não, a manifestação da maioria dos portugueses, através do seu direito ao absenteísmo, devendo, por isso, ser respeitada a sua vontade”.
Ainda segundo Manuel Beninger, “mais de quatro milhões de portugueses não afirmaram a sua vontade efectiva de mudar a lei vigente, tendo sido aprovada a nova lei com apenas 25% dos eleitores”.
O cabeça de lista do PPM é de opinião que “a actual lei escraviza as mulheres, que geralmente são obrigadas a abortar, muitas vezes não por vontade própria, mas da família, do companheiro ou mesmo do patrão ou da empresa”. Ou seja, “de uma maneira geral, as mulheres prefeririam ter apoios do Estado para poderem ter o filho”.