Mudar o regime Servir Portugal

Manuel Beninger

domingo, 12 de fevereiro de 2012

Desafios cruzados - por Dr. Carlos Aguiar Gomes


1.       Escreveu um sociólogo brasileiro que “a educação é ambiental”, na linha de Ortega y Gasset, filósofo espanhol do século XX, “eu sou o eu e a minha circunstância”. Assim é. E ainda recentemente um dos grandes pensadores portugueses, José Gil, referindo-se à gravíssima crise por que passa o nosso país, afirmava que “o problema de Portugal é atmosférico”. Obviamente que José Gil se estava a referir ao ambiente social, espiritual e cultural que nos embebe. Nos rodeia. E o ambiente é francamente deletério…
Basta ver o que nos chega pelos media todos os dias: corrupção, imoralidade, manobras secretas ou públicas de manipulação da economia, da cultura… O nosso país, e nele a Democracia – que está um gravíssimo perigo – precisa de ser refundado. Para bem da Democracia.

2.       «A educação é a aventura mais fascinante e difícil da vida. Educar – na sua etimologia latina educere – significa conduzir para fora de si mesmo ao encontro da realidade, rumo a uma plenitude que faz crescer a pessoa. Este processo alimenta-se do encontro de duas liberdades: a do adulto e a do jovem. Isto exige a responsabilidade do discípulo, que deve estar disponível para se deixar guiar no conhecimento da realidade, e a do educador, que deve estar disposto a dar-se a si mesmo. Mas, para isso, não bastam meros dispensadores de regras e informações; são necessárias testemunhas autênticas, ou seja, testemunhas que saibam ver mais longe do que os outros, porque a sua vida abraça espaços mais amplos. A testemunha é alguém que vive, primeiro, o caminho que propõe.
E quais são os lugares onde amadurece uma verdadeira educação para a paz e a justiça? Antes de mais nada, a família, já que os pais são os primeiros educadores. A família é célula originária da sociedade. « É na família que os filhos aprendem os valores humanos e cristãos que permitem uma convivência construtiva e pacífica. É na família que aprendem a solidariedade entre as gerações, o respeito pelas regras, o perdão e o acolhimento do outro »Esta é a primeira escola, onde se educa para a justiça e a paz.
(Bento XVI, na Mensagem para o Dia Mundial da Paz 2012)

3.       À minha casa de Rubiães, simples e despojada, tenho levado inúmeros amigos nacionais e estrangeiros. Do Nepal, à Polónia, Bélgica ou Espanha. E minha Mulher e eu próprio cumprimos sempre um ritual: apresentar-lhes a riqueza natural e arquitectónica do Concelho. Da simplicidade orante da lindíssima igreja de Rubiães, a largos traços do “Caminho de S.Tiago”, à zona Protegida do Corno do Bico… A reacção é sempre a mesma : o encanto! Já não falo dos meus netos, sobretudo da Margarida e do Lourenço! Para estes escrevi um pequeníssimo conto, “No Reino da Piscolândia”, em que, como se depreende, o Rei é um Pisco e a Piscolândia é Paredes de Coura!
De facto, não sendo natural deste concelho, tenho por estas “terras do Coura” uma eco-paixão! É lá que gosto de respirar o ar puro da liberdade que a Natureza me dá.

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