quinta-feira, 2 de fevereiro de 2012

O 5 de Outubro de 1143 e o 1º de Dezembro de 1640

“A formação de Portugal e a nossa própria existência corresponde à nossa independência no contexto da península e das Espanhas. Poderíamos comemorá-la com referência a três momentos: a Fundação, no século XII, com Afonso Henriques, separando-nos do Reino de Leão; o Interregno, no século XIV, resistindo ao Reino de Castela; e a Restauração, no século XVII, recuperando a independência depois de 60 anos de domínio dos Filipes e libertando-nos de novo da Espanha moderna. Destas três referências históricas possíveis, aquela que escolhemos há muito para celebrarmos, em feriado nacional, a nossa própria existência como país e como povo foi a do 1º de Dezembro. Está certo. Não podemos deixar de o fazer.”
A data da fundação nacional é o dia 5 de Outubro de 1143dia em que foi assinado o Tratado de Zamora; é esta a data que corresponde, em primeiro lugar, à independência de Portugal. Se os republicanos comemoram o dia 5 de Outubro de 1910 [dia do golpe-de-estado da Carbonária que implantou a república], isso não significa que todos os portugueses não devam comemorar o dia 5 de Outubro de 1143. Ou seja: a comemoração do dia 5 de Outubro é uma prerrogativa dos monárquicos, porque esta data simboliza o início da monarquia aliada à nacionalidade portuguesa.
O dia 1º de Dezembro de 1640 tem a importância da reiteração da nação portuguesa e da sua reconfirmação identitária. Ambos os feriados deveriam ser mantidos. E se globetrotters assépticos do PSD do Pernalonga quiserem acabar com dois feriados, poderiam optar pelo 25 de Abril e pelo feriado “não-oficial” da Quarta-feira de Carnaval — já que mexer no 1º de Maio e no 10 de Junho seria deitar mais lenha para o fogo da polémica.

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