As obras no telhado do santuário de Nossa Senhora do Sameiro já começaram neste mês de janeiro, tendo a primeira fase contemplado o zimbório.
Segundo o presidente da Confraria de Nossa Senhora do Sameiro, a opção de começar pelo zimbório fica a dever-se ao facto de esta ser uma zona do telhado que pode ser intervencionada mesmo que chova. «Trata-se de resolver os problemas de fendas provocadas, na maioria dos casos, pelas oxidações», esclareceu.
Ao Diário do Minho, o cónego José Paulo Abreu disse estar convencido que esta primeira fase pode estar concluída dentro de um mês, ou seja, no final de fevereiro, seguindo-se depois os trabalhos no telhado propriamente dito.
E aí, salientou, vão surgir três problemas. O primeiro diz respeito às telhas. «Desde que aquele telhado existe, tanto quanto nós conseguimos perceber, foi sempre alvo de remendos e nunca de nenhuma obra de restauro em forma e, portanto, nós chegamos a ter sobreposições de três telhas nalguns sítios e temos ainda as argamassas todas desfeitas».
Por outro lado, acrescentou, há também o problema «do que está por baixo das telhas». Ou seja, com as infiltrações de água, as madeiras foram apodrecendo, verificando-se também algumas dilatações. «Portanto, as ondulações que verificamos no telhado têm que ver com isso», acrescentou.
Por fim, há ainda o problema dos caleiros. Como as águas não estão a ser devidamente encaminhadas, estão a verificar-se infiltrações nas paredes interiores. «Por agora, não é a parte interior que nos importa, ainda que o nosso sonho seja podermos lá chegar, tudo isto dependendo das ajudas que viermos a ter. Seria muito interessante também se conseguíssemos pintar o interior da basílica, que está, de facto, bastante deteriorado. Mas, neste momento nós queremos é estancar o mal, e isso significa resolver o problema daquela cobertura», salientou o presidente da Confraria de Nossa Senhora do Sameiro. As obras já em curso deverão estar concluídas em julho, mas o grande desejo da confraria é que fosse possível inaugurar o novo telhado na peregrinação de junho.
No que diz respeito a custos, o cónego José Paulo Abreu revelou que a obra está orçada em cerca de 550 mil euros. Para fazer face a esta despesa avultada, o sacerdote realça que estão a ser promovidas algumas iniciativas. Uma delas intitula-se “vendinha do telhado” e realiza-se no primeiro fim de semana de cada mês, sendo promovida pelo grupo de voluntários de Nossa Senhora do Sameiro. Ali, as pessoas trocam os produtos por donativos exclusivamente para esta causa.
Outra iniciativa é a realização de um jantar por mês, onde o contributo que as pessoas dão, para além de pagar a refeição, uma parte é canalizada para custear estas obras.
Ainda com a finalidade de ajudar a angariar verbas, a receita do livro “Histórias e Pensamentos” reverte totalmente para telhado. Por fim, as pessoas também podem efetuar donativos, independentemente de participarem nestas iniciativas, entregando a sua doação na Casa das Estampas ou na secretaria da confraria. As pessoas podem ainda depositar a sua doação numa conta, cujo NIB é fornecido na secretaria.
No que diz respeito a ações futuras, o cónego José Paulo Abreu revelou que está praticamente confirmado um concerto com o Frei Hermano da Câmara, e está previsto para 15 de julho um espetaculo popular com o Zé Amaro. Também já está programada para 23 de junho uma sardinhada, convidando-se a população a ver o fogo de S. João do Sameiro. O presidente da confraria mostra-se confiante que há muitas pessoas que gostam do Sameiro e que vão participar nestas iniciativas. «Temos tido a ajuda de muita gente e impressionam-me os testemunhos de generosidade das pessoas», garante o sacerdote.
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