A república retirou-nos a capacidade de associação e de união nacional.
Uma das características da monarquia foi o associativismo [corporativismo monárquico]; durante a monarquia, a sociedade estava organizada por associações, instituições da sociedade civil e/ou corporações que tinham muito peso junto do poder político central e do Estado.
A I república perseguiu ferozmente o corporativismo tradicionalista monárquico.
A II república [Estado Novo] recuperou e reorganizou o corporativismo em moldes semelhantes ao da monarquia, e instrumentalizou-o a seu favor mediante uma organização política fascizante e absolutista [foi o tempo do mimetismo salazarista da monarquia absolutista do Ancien Regime].
A III república começou por ser exclusivamente de Esquerda [marxista], estatizando a economia e a política e, por isso, tendendo a isolar o cidadão face ao Estado. O consulado de Passos Coelho é uma faceta neoliberal da III república que coincide, nos seus efeitos políticos, com a primeira: embora de modo diferente do marxismo, também tende a isolar o cidadão face ao Estado.
Miguel Torga, sendo republicano e iberista, não viu o “argueiro no seu olho”.
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