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Manuel Beninger

terça-feira, 19 de junho de 2012

Regionalização sim, mas não a correr para arranjar emprego para quem não se pode recandidatar


O presidente da Câmara de Famalicão, Armindo Costa, manifestou-se hoje a favor da regionalização, mas defendeu que a reforma não pode ser feita "a correr, para arranjar emprego" para os autarcas que estão legalmente impedidos de se recandidatarem.
"Numa altura em que vamos perder 70 por cento dos presidentes de câmara, espero que não se faça a regionalização a correr para arranjar emprego para esses autarcas", referiu Armindo Costa.
Para o edil de Famalicão, eleito pela coligação PSD/CDS-PP, "é melhor deixar passar uns anos" antes de avançar para a regionalização, para que "essas pessoas que vão deixar de ser presidentes de câmara arranjem outro modo de viver que não seja da política".
Armindo Costa disse que já foi um "antirregionalista primário", mas entretanto mudou de opinião, manifestando-se agora a favor, desde que não sejam criadas mais de cinco regiões.
"Não vamos criar regiões muito burocráticas, porque então é melhor depender do governo central. Não podemos ir buscar tipos de regionalização onde se vai satisfazer uma clientela política", alertou, apontando ainda que "as pessoas que vão ocupar os lugares devem ser votadas pelo povo".
No fundo, como sintetizou, deve criar-se "uma estrutura simples, que defenda os interesses dessa região e não os interesses das capelinhas instaladas".
Armindo Costa falava em Famalicão, à margem da conferência "Territórios de baixa densidade: redes para o desenvolvimento", promovida pela Agência de Desenvolvimento Regional do Vale do Ave (ADRAVE), a que também preside.
Segundo defendeu, aquela região, e todo o Minho em geral, têm de ser capaz de "ultrapassar mentalidades minifundiárias".
No mesmo seminário, o presidente da Câmara de Fafe e da Comunidade Intermunicipal do Vale do Ave, José Ribeiro, também apontou a regionalização como o "principal pilar" para o desenvolvimento do país.
Sublinhou que "parte do atraso" de Portugal se deve ao facto de não ter sido capaz de criar "um órgão intermédio, com legitimidade política para atuar".
O secretário de Estado do Empreendedorismo, Competitividade e Inovação, Carlos Nuno Oliveira, escusou-se a pronunciar-se sobre a regionalização, preferindo sublinhar que o país "não pode continuar mais" a apostar em "canteiros" e que "o futuro está na cooperação".
O governante reiterou que a cooperação, aliada à inovação e ao empreendedorismo, são "fundamentais" para o crescimento económico, para a saída da crise e para o combate ao "flagelo" do desemprego.
Lusa

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