O presidente da Câmara de Famalicão, Armindo Costa, manifestou-se hoje a
favor da regionalização, mas defendeu que a reforma não pode ser feita "a
correr, para arranjar emprego" para os autarcas que estão legalmente
impedidos de se recandidatarem.
"Numa altura em que vamos
perder 70 por cento dos presidentes de câmara, espero que não se faça a
regionalização a correr para arranjar emprego para esses autarcas",
referiu Armindo Costa.
Para o edil de Famalicão, eleito
pela coligação PSD/CDS-PP, "é melhor deixar passar uns anos" antes de
avançar para a regionalização, para que "essas pessoas que vão deixar de
ser presidentes de câmara arranjem outro modo de viver que não seja da
política".
Armindo Costa disse que já foi um
"antirregionalista primário", mas entretanto mudou de opinião,
manifestando-se agora a favor, desde que não sejam criadas mais de cinco
regiões.
"Não vamos criar regiões muito
burocráticas, porque então é melhor depender do governo central. Não podemos ir
buscar tipos de regionalização onde se vai satisfazer uma clientela
política", alertou, apontando ainda que "as pessoas que vão ocupar os
lugares devem ser votadas pelo povo".
No fundo, como sintetizou, deve
criar-se "uma estrutura simples, que defenda os interesses dessa região e
não os interesses das capelinhas instaladas".
Armindo Costa falava em Famalicão, à
margem da conferência "Territórios de baixa densidade: redes para o
desenvolvimento", promovida pela Agência de Desenvolvimento Regional do
Vale do Ave (ADRAVE), a que também preside.
Segundo defendeu, aquela região, e
todo o Minho em geral, têm de ser capaz de "ultrapassar mentalidades
minifundiárias".
No mesmo seminário, o presidente da
Câmara de Fafe e da Comunidade Intermunicipal do Vale do Ave, José Ribeiro,
também apontou a regionalização como o "principal pilar" para o
desenvolvimento do país.
Sublinhou que "parte do
atraso" de Portugal se deve ao facto de não ter sido capaz de criar
"um órgão intermédio, com legitimidade política para atuar".
O secretário de Estado do Empreendedorismo,
Competitividade e Inovação, Carlos Nuno Oliveira, escusou-se a pronunciar-se
sobre a regionalização, preferindo sublinhar que o país "não pode
continuar mais" a apostar em "canteiros" e que "o futuro
está na cooperação".
O governante reiterou que a
cooperação, aliada à inovação e ao empreendedorismo, são
"fundamentais" para o crescimento económico, para a saída da crise e
para o combate ao "flagelo" do desemprego.
Lusa
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