O Norte é, regra geral, notícia pelos piores motivos. O desemprego, o
atraso crónico de algumas regiões, a falta de voz perante o Poder Central.
No entanto, há muito a mostrar para se compreender que vivemos numa
região pujante, de cariz exportador e onde, por si só, o resultado da balança
comercial é francamente favorável.
É aqui que está a maior universidade do país, e muito justamente
considerada uma das 100 melhores da Europa. É no Norte que está instalado o
mais competitivo e rentável porto nacional, Leixões. É nesta região que se
concentra a esmagadora maioria das empresas exportadoras.
É pelo esforço e vitórias de um clube de futebol (o FC Porto) que o nome
do Norte de Portugal vai aos quatro cantos do mundo.
Quisemos mostrar que a depressão não é único sentimento dominante na
região. O que recebemos em troca? Muito pouco ou nada. Continuamos a ser
vilipendiados pelo poder vigente, assente num centralismo exacerbado e que não
está disponível para qualquer mudança que implique a perda de privilégios e
mexa com os interesses instalados.
Alterar este estado de coisas passa, obviamente, por uma transformação
profunda do aparelho de Estado, promovendo de uma vez por todas um debate sério
em torno da Regionalização. Até lá, continuarão a mudar apenas as moscas.
Miguel Ângelo Pinto
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