sábado, 28 de julho de 2012

O Norte que queremos

O Norte é, regra geral, notícia pelos piores motivos. O desemprego, o atraso crónico de algumas regiões, a falta de voz perante o Poder Central.
No entanto, há muito a mostrar para se compreender que vivemos numa região pujante, de cariz exportador e onde, por si só, o resultado da balança comercial é francamente favorável.
É aqui que está a maior universidade do país, e muito justamente considerada uma das 100 melhores da Europa. É no Norte que está instalado o mais competitivo e rentável porto nacional, Leixões. É nesta região que se concentra a esmagadora maioria das empresas exportadoras.
É pelo esforço e vitórias de um clube de futebol (o FC Porto) que o nome do Norte de Portugal vai aos quatro cantos do mundo.
Quisemos mostrar que a depressão não é único sentimento dominante na região. O que recebemos em troca? Muito pouco ou nada. Continuamos a ser vilipendiados pelo poder vigente, assente num centralismo exacerbado e que não está disponível para qualquer mudança que implique a perda de privilégios e mexa com os interesses instalados.
Alterar este estado de coisas passa, obviamente, por uma transformação profunda do aparelho de Estado, promovendo de uma vez por todas um debate sério em torno da Regionalização. Até lá, continuarão a mudar apenas as moscas.
Miguel Ângelo Pinto

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