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Manuel Beninger

domingo, 12 de agosto de 2012

Historiador Alberto Abreu exalta “intervenção poética” de Amadeu Torres


No dia 28 de julho, por iniciativa do presidente do Clube dos Poetas Vivos, José Maria Lacerda e Megre, foi prestada homenagem, na Casa do Correio-Mor, em Ponte da Barca, à personalidade e «estatura de singular grandeza» do filólogo e poeta Amadeu Torres (Castro Gil), nascido em 1924, em Vila de Punhe, e falecido em 2012.
A sessão, que contou com a presença de um vasto número de pessoas da área artística e cultural provenientes de vários pontos do país e da Galiza, com destaque para o P. Alípio Torres (irmão do homenageado), teve início com uma comunicação do historiador Alberto Abreu, de Viana do Castelo, que aludiu à extensa bibliografia de Amadeu Torres e sublinhou as várias vertentes da obra daquele poeta.
Alberto Abreu sustentou que a poesia de Castro Gil contém uma forte componente de «intervenção», apresentando vários exemplos em que esse aspeto ocorre na sua obra poética. Outra vertente sublinhada por aquele historiador foi a «temática de epopeia do povo português», que atravessa um extenso lote de poemas de Amadeu Torres (Castro Gil). Neste âmbito, Alberto Abreu frisou que a obra poética daquele professor universitário está eivada de um grande «misticismo» e de uma forte «sumptuosidade», assentes num discurso poético «visceralmente apelativo no engrandecimento do assunto da epopeia, mas apelativo também por ser programático, propondo o restauro de monumentos, e apelativo ainda nas censuras aos portugueses, por se deixarem levar por intrigas e se deixarem atolar no marasmo».
Após esta comunicação, seguiu-se a declamação de vários poemas de Castro Gil, dedicadas a Viana, Santa Luzia, Festas da Agonia, Gil Eannes, Bacalhoeiros, etc. Foram ainda lidos poemas dedicados aos poetas do Minho: Diogo Bernardes, Frei Agostinho da Cruz, Pedro Homem de Mello, João Verde, António Feijó, Cesário Verde, Rosália de Castro, Manuel Couto Viana, Ricardo Marques  e António Correia de Oliveira (autor da letra do fado “Ó Ponte da Barca, ó Ponte”, que foi entoado, em uníssono, pelos presentes).
Esta sessão solene fechou com a exibição de um vídeo reproduzindo a peça teatral “Amália canta Pedro Homem de Mello”, após o que foi servida uma merenda baseada em produtos regionais, onde não faltaram os doces conventuais a que se refere o título de um dos livros de Amadeu Torres: “Madeleines de Proust”.
Ao fim da tarde, foi celebrada uma missa pelo homenageado e pelos outros poetas já falecidos, e, após um jantar regional, seguiu-se a apresentação do livro “Contos de Amor e Desamor”, da autoria de Maria Paula Queiroz B. Pinto, pelo historiador e hieraldista Sá Monteiro.

1 comentário:

  1. Permito-me corrigir o que o "Diário do Minho" errada e lamentavelmente publicou.
    As fotos que acompanham a notícia não são da homenagem ao escritor Amadeu Torres (Castro Gil), nem sequer eu estive presente nessa justa homenagem, pois nem sequer fui convidado para tal. As fotos são, de facto, da minha apresentação do livro de Paula Teixeira de Queiroz, "Contos de Amor e Desamor", realizada no mesmo local, à noite.
    Para finalizar, apenas como correcção que deveria ter sido feita anteriormente, e porque vinha já com essa indicação no Convite, eu nunca me pretendi qualificar como "historiador" (o que seria abusivo, no mínimo), mas tão somente como genealogista e alguém que tem escrito sobre historiografia, tendo há anos feito uma série de palestras radiofónicas sobre temas de História de Portugal.
    Fica, assim, desfeito o lapso lamentável contido na notícia veiculada por esse órgão de comunicação social.
    Os melhores cumprimentos.
    Fernando de Sá Monteiro

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