Mudar o regime Servir Portugal

Manuel Beninger

domingo, 12 de agosto de 2012

Parlamentarismo? Não é o bastante para o Brasil!


Por: Adivo Paim Filho*
Diante de todos os brasileiros, o “julgamento do Mensalão”? Ledo engano. Quem está no banco dos réus, dissimulada e falsa, como sempre, é a República que assola o Brasil desde o Golpe de 15.11.1889. Nem mais, nem menos.
O “Mensalão” não foi mera “compra de votos” parlamentares para obter a aprovação dos desejos “legais” do Executivo. Não se tratou apenas de corrupção, peculato, “caixa dois”, como registra a Imprensa ainda livre do Brasil, há sete anos. Tratou-se de uma sinistra tentativa política de Golpe contra o Estado brasileiro, criando uma sistemática submissão, anticonstitucional, do Legislativo ao Executivo. Um crime político, de analogia quase total com uma Traição à Pátria.
Infelizmente não é isto que consta da pauta do Supremo Tribunal Federal.
A percepção quase unânime dos analistas é que o malfadado “ciclo republicano” está chegando ao seu fim.
Numa recorrência que ultrapassa o meio século haverá quem proponha a instituição de um regime parlamentar com o ânimo de sanar a República no Brasil.
Isto não é suficiente, se é que alguma vez o foi, fora da página de ensaístas bem intencionados e professores sem atenção plena para a realidade brasileira.
Afinal, que República é essa que existe, pelo menos desde a Constituinte Guimarães-Jobim (1986-88) que pretendia dar conteúdo à dita “Nova República”, inaugurada em 1985 por José Sarney? O que temos no Brasil de hoje?
Uma partidocracia - expressa em "partidos", os quais detém o monopólio da representação política, partidos que são, etimologicamente, análogos a "bandos", "grupos", "facções", "quadrilhas". Tudo isso encimado por um hiperpresidencialismo que governa e administra, legisla por medidas provisórias e nomeia todos os juízes dos tribunais superiores do País. Um tipo de Estado análogo ao Estado nazista, onde tudo era legal, com base nas teorias jurídicas de Carl Schmitt. Obviamente este não é um quadro favorável nem aos cidadãos e nem aos negócios, não há "regras do jogo", estas são mutáveis conforme o interesse dos aliados do momento. A recente política econômica do governo está demonstrando isso cotidianamente, para citar apenas um exemplo menor. Para o bem do Brasil, dos brasileiros, dos negócios, isso tem de mudar.
No ápice da proposta, a separação nítida, constitucional, entre a Chefia de Estado e a Chefia de Governo. Monarca, de um lado, Primeiro Ministro, de outro. Porém, isso não é o bastante; há várias outras coisas a acertar, de modo quase simultâneo: o sistema econômico, o sistema tributário, o sistema eleitoral, o federalismo vigente, etc.
Importa menos, quem será o Imperador – sobre isto o IBEM tem uma proposta racional e tranquila, como serão e para que servirão os títulos e condecorações, as filigranas eventuais de protocolo. Isso é “frescura” pura. (Importa registrar, todavia, que o Reino Unido, ganha muito dinheiro com isso tudo e nada impede que aconteça o mesmo no Brasil).
E, se formos uma República Parlamentar? Ora, vamos interromper a retórica, tão do gosto de nossa Alma Barroca! Basta lembrar que um presidente, eleito pelo voto direto dos eleitores -não há como cogitar de outro caminho atualmente, terá de, necessariamente, ser candidato através de um "partido" ("bando", "grupo", "facção", "quadrilha") e não terá como encarnar, vitorioso, o País por inteiro e, sim, o "País partido". Isto é o bastante para trazer à tona “o germe da instabilidade”, a qual precisamos afastar.
Temos que ter governos sob a Lei e independentes das pessoas no poder. Nem queremos e nem precisamos de "messias", "salvadores", “caudilhos” ou "benfeitores". Por definição, o monarca é suprapartidário. Já o era no Primeiro Império (1822-1889): “Imperador Constitucional” e “Defensor Perpétuo do Brasil”. Assim, suprapartidário, será quando da instauração da Monarquia que defendemos.
A República faliu, não tem salvação e nem remendo possível. A prova provada é o “Mensalão”. Chega de termos uma Constituição de fachada, imersa na má fé e na ilusão.
Há que buscar, com clareza, o desenvolvimento institucional de nossa Pátria.
Para sairmos desse quadro, terrível, apenas a Monarquia Constitucional serve.
Sejamos visionários, mas pragmáticos. O Tempo urge. Viva o Brasil!

*Secretário-Geral, IBEMInstituto Brasileiro de Estudos Monárquicos do Rio Grande do Sul

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