Senhora Directora
Regional dos Assuntos Comunitários da Agricultura,
Senhora represente da
Direccção Regional do Ambiente,
Senhor repesente da
Direccção Regional do Turismo,
Senhor Presidente de
Junta de Freguesia do Pilar da Bretanha,
Caros concidadãos,
Sou filho de gerações e de gerações de trabalhadores
iletrados, pessoas humildes, simples, virtuosas e que lutaram para que um dia
estivéssemos aqui reunidos nesta terra mitificada de lendas de bretões e de
genes de Sua Majestade, o Rei Luís XVI de França e Navarra. Nasci de uma gente,
cuja sua biografia, não vem narrada nas páginas da história dos Açores, mas que
impulsionaram soberanas oposições com a pobreza, com a exclusão social e com a
carência de instrução. Nasci de uma gente lendária que esculpiu sobre a rocha
bruta o seu aperfeiçoamento moral e espiritual. Nasci de uma gente histórica
que se mobilizou em nome da pátria, que escondeu-se num solo vulcânico,
centralizado num mar mutante. Nasci de uma gente envergonhada e esquecida, que
não se fez conhecer durante séculos, gente do extremo norte da grande rocha
talhada, e cuja sua memória e trabalho faço pretensão de enaltecer.
A nossa história foi sempre tida em último plano pela política mediana,
desprovida de objectivismo cultural, justificada pelo fundamentalismo complexo
da razão diária.
A garantia da educação e formação no futuro é a possibilidade de ter um
sabor sólido sobre o nosso passado.
Esta velha terra, situada em modo insular ao poder central,
meritamente sente fome de um espaço que lhe acolha a suas vivências e o seu
crescimento.
O nosso Governo Regional já poderá ter tido em conta a
necessidade que este povo tem sobre a convergência geral do empirismo arcaico.
Disse, o nosso actual presidente, Carlos César um dia: «Uma terra sem
museu pode ser, perigosamente, confundida com uma terra sem história». Mas
em verdade concreta, contemplamos que pouca harmonia plural tenha sido definida
para perpetuar as memórias dos nossos camponeses, das nossas festas populares e
das nossas raízes.
Todavia, agradeço, em tom sereno, o nosso Governo Regional
pela já, muitas vezes reivindicada e merecida, requalificação do Moinho de Pico
Vermelho.
A vida de flor humana, nesta terra, poderá ser um fatalismo nefasto aos loobies modernos
do clichê. O envelhecimento da população, nestas freguesias, e a contínua
degradação da sociedade civil, carecendo de formação para a cidadania, fazem
desta terra uma oferta de hotelaria para quem está no perigoso complexo da
orfandade bélica urbana.
Com vida ainda pequena, encaro que a adopção de políticas
pronto-a-vestir para a juventude da Bretanha irá excluir os pensamentos
pervertidos do abandono e fobia a esta virtuosa terra.
Não sou pessoa de me exceder na humildade política e institucional, não
sou apologista das mudanças sociais profundas como as que fora defendidas pelo
maçon e político Robespierre. Antes de me querer fazer ouvir, quero que a
autoridade suprema do Estado se faça ouvir aqui.
Não sendo republicano, admito e faço entoar uma das famosas
frases do antigo Presidente norte-americano, John F. Kennedy: «Não
perguntes o que teu país pode fazer por ti. Pergunta antes, o que tu podes
fazer pelo teu país.» Afinal, um bom democrata, sendo monárquico ou
republicano, de direita ou de esquerda, saberá escolher entre dois males, o
menor, isto é, alcançar o melhor objectivo com o menor dispêndio de esforços,
sabendo também, que a política é do povo e para o povo, e sóis Vossas
Excelências que terão de continuar a polir o testemunho da rocha da Bretanha.
Pilar da Bretanha, 9 de Setembro de 2012
Sem comentários:
Enviar um comentário