A força dos males nacionais, já sem limites, não nos deixaram escolher:
a honra não nos permitiu ver por mais tempo em vergonhosa inércia a nação
portuguesa, ultrajada e feita ludíbrio dos imberbes que seguram as rédeas da
nação, todas as classes da nação com diabólico estudo deprimidas, e todos nós o
desprezo da Europa e do mundo, por um sofrimento que passaria a cobardia; e em
lugar dos direitos que vos prometeram recobrar em 25 de Abril de 1974,
deram-vos a sua ruína, a honestidade reduzida a um mero fantasma; o povo diariamente
despojado e ultrajado; a classe política, à qual se agregaram sucessivamente
ténias às quais deveis vossa miséria nas terras da Flandres e no Atlântico,
reduzida ao abatimento, despojada do lustre que outrora obtivera do reconhecimento
nacional; a religião e seus ministros objecto de mofa e escárnio.
Que é uma nação quando sofre ver-se assim aviltada? Eia,
portugueses, uma mais longa prudência seria infâmia. O povo já anda na rua sem
as vendas da ignorância; vinde juntar-vos ao estandarte real que levamos em
nossas mãos; libertemos o rei e Sua Majestade livre dê uma nova Constituição a
seus povos; fiemo-nos em seus paternais sentimentos; e ela será tão alheia do
despotismo como da licença; assim a nação irá rumar ao passo da Europa
civilizada, e não atrás da sua cauda.
Achamo-nos no meio de valentes e briosos portugueses,
decididos salvar a nação e franquear a Sua Majestade sua liberdade e
autoridade, e a todas as classes seus direitos. Não hesiteis, cidadãos de todas
as classes, vinde auxiliar a causa da nação, da realeza e de vós todos: e
juremos não tornar a prestar vassalagem à vil trupe de abutres que paira no ar
ávidos do féretro de uma nação desfalecida.
Não acrediteis que queremos restaurar o despotismo, operar
reacções ou tomar vinganças; juremos pela religião e pela honra que só queremos
a união de todos os portugueses, a salvação nacional e o rumo em direcção ás
luzes do progresso.
Nuno Miguel Leheman
Alves Pinto
Presidente Juventude Monárquica de Braga
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