O Presidente da República Dr. Aníbal Cavaco
Silva promulgou, no passado dia 28/12/2012, a lei do Orçamento de Estado para
2013. E veio agora dizer que decidiu pedir a fiscalização sucessiva do diploma
ao Tribunal Constitucional.
Tendo ele
jurado “defender, cumprir e fazer cumprir a Constituição da República
Portuguesa” (art. 127º nº 3 CRP) e tendo dúvidas sobre a constitucionalidade de
algumas normas daquela lei porque razão a promulgou? porque razão vai pedir,
agora, a fiscalização sucessiva em vez de ter pedido a fiscalização preventiva
da constitucionalidade, como lhe competia (art. 278º nº 1 CRP)?
As
respostas são simples:
1. o
PR promulgou a lei do Orçamento de Estado para fazer o favor ao seu partido – o PSD;
2. o
PR não pediu a fiscalização preventiva da constitucionalidade da lei do
Orçamento de Estado porque, apesar de ter tido mais do que
prazo para o fazer já que “a apreciação preventiva da constitucionalidade deve
ser requerida no prazo de 8 dias a contar da data da recepção do diploma” que
lhe foi remetido para promulgação em 11/12/2012; de não ser a primeira vez que
o nosso país funciona em regime de duodécimos, mantendo-se em vigor o orçamento
do ano anterior e de tal situação não se prolongar por muito tempo pois “o
Tribunal Constitucional deve pronunciar-se no prazo de 25 dias, o qual pode ser
encurtado pelo Presidente da República, por motivo de urgência” (art. 278º nº 8
CRP, se o fizesse e o Tribunal Constitucional se
pronunciasse pela inconstitucionalidade de algumas normas da lei do Orçamento
de Estado esta não poderia ser promulgada sem que a Assembleia da República
“expurgue a norma julgada inconstitucional” ou a confirme “por maioria de 2/3
dos deputados” (art.
279º nº 1 e 2 CRP) e isto não convinha ao PSD – o partido do qual Cavaco Silva já
foi presidente e com o apoio do qual ele foi eleito Presidente da República –
que sabe que não tem, na Assembleia da República, a maioria qualificada exigida
e quer, a qualquer custo, que o Orçamento de Estado entre em vigor para ir
buscar ainda mais e mais depressa ao bolso dos portugueses;
3. o
PR vai pedir a fiscalização sucessiva da constitucionalidade porque está
preocupado consigo e com o seu bem estar e as dúvidas que tem sobre a
repartição dos sacrifícios no Orçamento de Estado para 2013 dizem respeito,
naturalmente, à tributação das reformas mais elevadas (como é o seu caso)
e não à situação da maior parte dos portugueses.
É uma
verdadeira FRAUDE que só a república permite.
por José Aníbal Marinho Gomes
isto é uma vergonha.. ele se pensasse no país teria chumbado e corrido já estes tipos.. desde 1910 que se deixou de pensar no povo.. volta monarquia estás perdoada..
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