Convento foi ficando degradado com o passar do tempo
A Direcção-Geral do Património Cultural arquivou o
processo de classificação do Convento de São Francisco do Monte, em Viana do
Castelo, datado do século XIV e em avançado estado de degradação.
O processo de classificação foi aberto a 8 de
Fevereiro de 2002 e a decisão de arquivamento só foi agora publicada em Diário
da República. O motivo? O imóvel não reúne “as condições necessárias a uma
distinção de âmbito nacional”, argumenta a Direcção-Geral do Património
Cultural.
Nos últimos dez anos, devido ao processo de
classificação em curso, aquele monumento isolado no monte sobranceiro à cidade
de Viana do Castelo contou com uma zona de protecção de 50 metros que impedia
qualquer intervenção no local.
Em 2007, o
Instituto Politécnico de Viana do Castelo (IPVC), proprietário do imóvel,
chegou a promover obras de consolidação de uma fachada, o que levou à
intervenção do então Instituto Português do Património Arquitetónico (IPPAR),
por a intervenção não ter sido autorizada, ao abrigo do processo de
classificação.
Construído
na encosta do Monte de Santa Luzia, o Convento de São Francisco foi fundado em
finais do século XIV, sendo o terceiro da Ordem Franciscana em Portugal.
Em 1834, com
a extinção das Ordens Religiosas, o convento foi comprado em hasta pública pelo
Visconde de Carreira, que constituiu no espaço da cerca uma exploração
agrícola. A partir da década de 60 do século XX, o espaço conventual entrou em
progressivo estado de degradação. Em 1987 o seu último proprietário, Rui Feijó,
doou-o à Santa Casa da Misericórdia de Viana do Castelo.
Em 2001,
aquela instituição vendeu-o por 250 mil euros ao IPVC, que chegou a equacionar
a sua transformação num centro académico e de retiro para pessoas em fase final
de doutoramento, em regime de internato. Previa, nomeadamente, a construção de
alguns espaços de alojamento, mas o projecto nunca avançou.
Entretanto,
com o passar do tempo, o estado de degradação do convento agravou-se, tendo o
IPVC colocado no local um cartaz avisando que “por motivos de segurança é
proibida a entrada de pessoas” naquele recinto e que “não se responsabiliza por
qualquer acidente que possa ocorrer”.
Algumas das
imagens do convento foram entretanto vandalizadas, outras foram simplesmente
roubadas, por entre marcas de destruição e vestígios da prática de outros
“cultos” visíveis no local.
Sem comentários:
Enviar um comentário