Mudar o regime Servir Portugal

Manuel Beninger

domingo, 27 de janeiro de 2013

Democracia dos tempos actuais; por António Moniz Palme


Não diz a cara com a careta - Os Partidos Políticos e o seu Estranho Conceito Actual

Utilizando uma explicação bem simples, diremos que os Partidos Políticos são grupos organizados de cidadãos que procuram intervir na vida política de cada país, exibindo no respectivo programa de acção a sua linha de pensamento. As soluções que oferecem à colectividade têm como objectivo conquistar a opinião pública, único modo de captarem o eleitorado e, consequentemente, terem acesso ao exercício do poder, participando no funcionamento das instituições. Já se sabe que, de qualquer modo, os nossos partidos políticos expressam congéneres grupos de pressão ideológicos e de interesses, existentes pela Europa fora. Feito este reparo, não posso deixar de me espantar com a grande confusão que reina, nesta matéria, na cabeça de cada um. Confusão perigosa e que coloca em risco a própria democracia já institucionalizada. Muitos tratam tais organizações políticas como um autêntico clube de futebol. E a defeituosa visão dessa realidade transforma os partidos, sem sombras de dúvida, em organizações Potenkin, como refere Fareed Zacaria, no seu livro “O Futuro da Liberdade”, isto é, em organizações blindadas, fechadas em si próprias, uma espécie de propriedade particular de meia dúzia de fulanos que gerem a organização a seu bel prazer, protegendo interesses pessoais e não admitindo a concorrência perturbadora da inovação intelectual. E se a nível nacional haverá uma certa dificuldade em fazer tal diagnóstico, a nível local, salta esta verdade pelos olhos dentro. Ora os partidos políticos, para servirem verdadeiramente a Democracia, têm que facilitar a constituição de correntes de opinião.
É esse o seu papel histórico. Para isso não se podem fechar em si mesmo, hostilizando as ideias de qualquer pessoa recém chegada ou que não esteja filiada no partido. Além do mais, este comportamento e esta mentalidade, desencadeiam desnecessárias e terríveis lutas internas, não para zelar os verdadeiros interesses do partido, isto é, para criar a dinâmica da formação de uma corrente de opinião, mas muito simplesmente para assegurar prebendas partidárias de grupos e a reserva da melhor rampa de lançamento no caso de uma vitória nas eleições. De resto, tudo passa olimpicamente ao largo. A experiência que tenho tido, nos contactos com as organizações partidárias, na tentativa de discutir problemas que afligem a agricultura ou as regras da PAC, que em 2013 entrarão em vigor, tem sido paradigmática. Tais problemas só fazem parte dos objectivos dos responsáveis partidários nos transes eleitorais. De resto, não interessa ouvir nem intrusos, nem pessoas com ideias. Esse género de gente constitui um perigo significativo para a sua estabilidade. Deste modo, os partidos estão a transformar-se em meros recipientes à espera de serem cheios com as preferências ocasionais do público, vogando ao acaso num atoleiro ideológico, incapazes de criar um espírito novo que galvanize a colectividade. Assim, o principal motor de mudanças sociais acaba por ser a pressão das massas, limitando-se os partidos a actuar por arrastamento, quando são encostados à parede, sem terem planeado antecipadamente o que é preferível globalmente para a colectividade e traindo o principal objectivo da sua existência. E tal objectivo fundamental, continuo a dizer, é constituir um alfobre dinâmico de ideias que fomente a criação de correntes de opinião que catapultem o país na senda do desenvolvimento, do progresso e do bem-estar.

António Moniz Palme - 2012

1 comentário:

  1. na minha opinião acho se deveria permitir no parlamento listas de cidadãos sem ligações a partidos..deputados verdadeiramente livres de votar sem estar amarrado a uma regra.. porque povo ta farto destes partidos..

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