Quando se fala actualmente nos planos que
Portugal, poderá adoptar para sair da crise, insistimos nos nossos valores
ancestrais a que sempre nos ligámos, à terra e ao mar.
Após a entrada de Portugal na C.E.E., actual
União Europeia, e a bem desta, delapidamos essa herança, da nossa estrutura
sócio-económica, com consequências previsíveis. Encontramo-nos nessa
encruzilhada, de saber se valerá o sacrifício de todos, voltarmos para a
agricultura e igualmente para o mar, no intuito de salvarmos Portugal.
Afirmo, que valerá a pena, pois são premissas
da nossa identidade de sempre.
Sobre isto tudo, o nosso Rei D. Carlos I, foi
um visionário.
Iniciou a Oceanografia, e apontou o futuro do
Mar, com factor de desenvolvimento.
Efectuou nas suas imensas terras particulares,
estudos de rentabilização e apuramento de excelsa qualidade. Aqui, também
imprimiu o seu cunho da procura contínua da perfeição, que impunha em tudo o
que fazia. O futuro diz-nos que qualidade é sinónimo de sucesso. A realçar e a
confirmar, os imensos prémios que obteve com produtos das suas terras, em
feiras nacionais e estrangeiras, da especialidade.
Esta nota, que escrevo, tem duas mensagens
implícitas, ou até poderá ter várias, deixo isso ao vosso critério, mas que
gostaria que entendessem.
A primeira é a constatação do trabalho
exercido pelo nosso Rei, a segunda é o caminho que o actual movimento
monárquico poderá legitimamente enveredar, como ideia primordial, para se
reinstalar a monarquia em Portugal.
O contacto directo de El-Rei D. Carlos I, com
o Mar e a Terra, trouxe-lhe a alegria de viver.
Vou-lhes falar, sobre a Terra.
Não vou fazer qualquer tese sobre este
assunto, porque já está prácticamente feito esse trabalho, mas sim transcrever
alguns apontamentos que nos ajudam a perceber qual o verdadeiro trabalho de um
Soberano, por este motivo, passo a citar:
"D. Carlos tinha conhecimento efectivo
das questões agrícolas e não apenas gosto lúdico ou estético pelo campo".
...
"Embora a identificação com o meio
agrário transtagano tivesse consequências potencialmente negativas para a sua
imagem junto da burguesia citadina, funcionando como mais um factor
de distanciamento e, portanto, de impopularidade, D. Carlos assumiu a
pele de latifundiário como nenhum antecessor havia feito. Integrando-se de
forma plena nessa sociedade rural,
" O Rei atingiu duas coisas: o
sentimento de pertença a meio social composto de classes sociais diferentes,
mas integradas numa comunidade; e o estatuto de cidadão produtivo, numa
economia, e da lavoura alentejana e ribatejana, que conseguiu mostrar dinamismo
por volta de 1900".
O Rei D. Carlos I, mostrou deste modo, que
procurando encontrar a integração do País com as suas géneses e identificações
afectivas, a sua relação de figura máxima do regime, podia unificar de todo,
Portugal.
A este facto, acrescento a sua forte vocação
de diplomata, que ainda hoje, por manifesta falta de vontade ideológica, ou
política, encontra-se esquecida e arquivada. Seria muito interessante
promove-la devidamente.
Termino com esta subentendida mensagem, para
todos os monárquicos portugueses:
"Talvez, por isso, possamos reter essa
imagem marcante da felicidade alcançada pelo Rei nas suas terras, entre o seu
povo, como ele confidenciava ao seu amigo Arnoso:
"Eu aqui não o rei, sou
principalmente "o nosso
lavrador" assim é que elles me
dão vivas (e tocam-me bem mais)."
Porto, 27 de Novembro de 2011
Fontes:
Silva, Isabel Corrêa da; Seixas, Miguel
Metelo de, D. CARLOS de corpo inteiro, Outubro de 2009, Ed. Objectiva.
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