O Partido Popular Monárquico (PPM) acusou Cavaco Silva de assumir uma
postura de chefe de facção, excluindo milhares de monárquicos da vida cívica
portuguesa, e de mentir deliberadamente sobre a história do país.
“O PPM condena fortemente o discurso do Presidente da República. O
Presidente mentiu de forma deliberada e atraiçoou a memória histórica que tanto
referenciou no seu discurso”, refere o partido num comunicado divulgado após as
comemorações do 5 de Outubro.
Na cerimónia que assinala os 103 anos da Proclamação da República,
Cavaco Silva valorizou as conquistas conseguidas em 1910, considerando que “os
valores republicanos devem ser interiorizados pelos portugueses e concretizados
no seu dia-a-dia”: “Com maior empenho e mais produtividade, com um cuidado
acrescido na educação dos seus filhos, com um sentido cívico mais profundo de
participação na vida democrática”.
“O Presidente assumiu uma postura de chefe de facção: a republicana, a
quem atribuiu o monopólio das virtudes cívicas e democráticas”, refere o PPM,
dizendo que Cavaco Silva está a “falsificar a história” e a excluir “milhares
de monárquicos portugueses da vida cívica do país”.
Os monárquicos alegam, no comunicado, que durante a I República se
passou por um dos regimes mais intolerantes, exclusivistas e violentos do
século XX em Portugal, com a exclusão das mulheres da vida cívica, por exemplo.
Para o PPM, Cavaco Silva esqueceu-se ainda “assinalar o carácter
republicano do Estado Novo, que vigorou em 48 dos 103 anos” que hoje se
comemoram.
A nota do Partido Monárquico insiste ainda no desafio de realizar um referendo
sobre a natureza do regime político em Portugal.
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