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Manuel Beninger

terça-feira, 19 de janeiro de 1993

Jornal Diário do Minho: Monárquicos querem esclarecimento de alguns "escândalos" em Braga - com a ajuda dos jornalistas

A Juventude Monárquica de Braga decidiu ontem tornar públicos alguns pretensos conselhos aos profissionais da Comunicação Social.
Num documento intitulado "Braga, um silêncio ensurdecedor", os jovens monárquicos lembram alguns "escândalos" que têm levado a cidade de Braga para os grandes títulos da Imprensa, mas que rapidamente saem dessa mesma Imprensa.

Apontam, então, "o escandaloso caso da pretensa 'dádiva' dos terrenos circundantes do Hospital de S. Marcos ao clube de futebol, o agora nebuloso negócio do Palácio D. Chica, e ainda a tentativa de desarticular o aeródromo a favor de um clube que, curiosamente, está representado por um dos seus corredores no Executivo".

Para a JM, "é assaz curioso que todos estes escândalos apareçam nos órgãos de informação com um ensurdecedor estrondo e, passados alguns dias, esses mesmos órgãos de comunicação silenciem o seu desenvolvimento".

Em jeito de sugestão, os monárquicos aconselham os jornalistas a esclarecer "de quem são, actualmente, os terrenos dos Granjinhos, que foram alvo de licitação 'pública'". "Perguntam, a propósito, se estes terrenos são, agora, do empreiteiro licitador, do clube de futebol, do hospital distrital ou se continuam património municipal.

Neste âmbito, questionam ainda da legalidade na "apressado" praça pública" dos aludidos terrenos e, se não houvesse ilegalidade, porque razão a Câmara Municipal de Braga reconverteu a proposta para uma outra diversa localização, mas envolvendo identicamente terrenos municipais.

Quanto ao "escândalo que confronta interesses da Junta de Freguesia Palmeira, um empresário membro do grupo socialista na Assembleia Municipal e outros personagens dos negócios citadinos", a Juventude Monárquica de Braga gostava de saber se "o valor da falência é de 300 mil, 800 mil ou 2 milhões de contos, números que semana a semana têm sido apontados".

"Este valor, semanalmente crescente, em quanto beneficiou ou lesou a autarquia socialista de Palmeira?" e "Qual é a 'maldição' do castelo D. Chica que parece atemorizar os jornalistas da nossa urbe a investigarem a fundo mais este caso?" são perguntas que colocam ainda.

A última questão que os jovens monárquicos abordam diz respeito ao aeródromo de Palmeira. A JM bracarense quer que os jornalistas lhe explique se tem fundamento a pretensão de inviabilizar o aeródromo, "não para o transformarem autódromo mas, através dele, criar novos espaços de construção e negócios".

Caso os jornalistas não respondam a estas questões, a Juventude Monárquica de Braga não se compromete, contudo, a dar ela própria as resposta aos bracarenses... afinal, o seu dever como força política que é.