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Manuel Beninger

segunda-feira, 20 de abril de 2009

Jornal Diário do Minho: Bracalândia

Caso do megaparque de diversões de Braga

Oposição sugere ser invenção garantia dada pelo presidente


A curiosidade foi atiçada pela memória do Partido Popular Monárquico e a oposição em bloco concordou que era tempo do presidente da Câmara municipal de Braga esclarecer uma série de questões sobre o megaparque de diversões que referiu ir substituir a Bracalândia. O monárquico Manuel Beninger deixou claro que enquanto Mesquita Machado não desfizer todas as dúvidas sobre o investimento que, em Maio de 2007, deu como garantido, «vai ficar no ar a ideia que eram apenas invenções», tudo o que o autarca socialista prometeu há dois anos.

A viagem do PPM pelo passado teve lugar na Assembleia Municipal, com Beninger a submeter à votação do órgão máximo do Município de Braga uma recomendação que os socialistas chumbaram, para que a Câmara não fosse obrigada a diligenciar no sentido de disponibilizar aos bracarenses um parque de diversões com o mesmo relevo que tinha a Bracalândia para o Município.

Para chegar àquela exigência, o deputado do PPM muniu-se de declarações proferidas em Maio de 2007 por Mesquita Machado, que afirmou que estava a ser «ultimado» um projecto para um novo parque de diversões. O autarca precisou tratar-se de «um projecto incomparável (à Bracalândia) não só na sua dimensão, mas também nas propostas de diversão».

Na actualização das garantias então dadas pelo chefe do executivo socialista, Beninger relembrou que o próprio presidente da Câmara de Braga afirmou que se tratava de um grupo económico internacional, que envolvia empresas inglesas e bracarenses. As declarações de edil davam o investimento como garantido e apontava a sua localização a 1,5 quilómetros do espaço que fora ocupado pela Bracalândia, parque que «não saíra de Braga por mero acaso», como também em Maio de 2007 foi referido pelo gabinete da Presidência.

Para o deputado municipal do PPM, dois anos são tempo suficiente para se concretizar um investimento que foi apresentado como «um novo parque de diversões maior, mais moderno e mais adequado à realidade (que Bracalândia)», pelo que «já é mais do que hora dos bracarenses saberem se essa hipótese de investimento falhou e, se falhou, por que causas falhou».

Para que não restem dúvidas quanto à seriedade do que foi anunciado por Mesquita Machado, toda a oposição acompanhou Manuel Beninger na exigência de ser divulgado quem eram os investidores ingleses e bracarenses e qual o local preciso que compraram para implantar o novo parque, sob pena das afirmações do presidente da Câmara de Braga serem interpretadas como «invenções».

Embora apoiada pelas bancadas do PSD, CDU e Bloco de Esquerda, a iniciativa do Partido Popular Monárquico seria travada pela maioria socialista, que foi avançando com algumas das respostas que eram dirigidas à Câmara. «Houve efectivamente a promessa de estudar outros projectos de qualidade superior à Bracalândia», admitiu o líder da bancada do PS, acrescentando que «esses estudos estão a ser feitos».

Na tentativa de justificar o atraso do alegado projecto, Marcelino Pires referiu que «em época de crise não é fácil encontrar investidores que estejam dispostos a assumir esses investimentos», declaração que não resolvendo as questões sobre a identificação e a localização do parque, entra em clara oposição com as garantias de Manuel Beninger atribuiu a Mesquita Machado, sem que o jurista socialista as tivesse desmentido.

Na hora da votação, o PS fez valer o peso do voto do líder da sua bancada: sem saber o que fazer quando a Mesa perguntou quem votava contra a recomendação do PPM, os deputado socialistas encontraram o rumo alguns momentos depois, quando Marcelino Pires decidiu levantar o braço.