As divergências "fracturantes" na gestão do Partido Popular Monárquico (PPM) justificaram a sua demissão da liderança do partido. "A nível político, sou o oposto da forma de estar e ser do Gonçalo", assume Nuno da Câmara Pereira.
Os irmãos asseguram não estar de costas voltadas, mas politicamente nem sequer convergem no futuro do partido. "O Conselho Nacional tem de convocar um congresso extraordinário para marcar eleições imediatas. Não é legítimo se não fizer. São regras estatutárias", aponta Nuno da Câmara Pereira, que também pediu a desfiliação do partido. "Essa é a leitura dele. A direcção do partido tem outra", responde Gonçalo.
Após o pedido de demissão do fadista, a comissão política do partido anunciou a sua substituição pelo primeiro vice-presidente, Paulo Estêvão. E assim será até 2012, garante Gonçalo, que agora passa a ser o único vice-presidente monárquico.
As discórdias entre os dois irmãos têm histórico. Nuno tentou convocar um congresso extraordinário há um ano. "Queria mudar o quadro humano no partido. O PPM precisa de mais juventude, fervor e trabalho", explica. Não teve seguidores e optou agora por fazer "o sacrifício no sentido do exercício da integridade".
(Jornal i)
O PPM-Braga acha necessário um cabal esclarecimento destes últimos acontecimentos.
Para bem do PPM, o partido terá que legitimar a direcção em congresso, seja ela qual for, como aconteceu até recentemente no PSD, aquando da “saída” de Durão Barroso para as mais altas instâncias europeias. Deverá ser sempre esta a imagem que teremos de dar para o exterior. De um partido transparente, divergente na pluralidade de ideias, mas sem tabus para resolver os seus próprios dilemas. Não somos Cuba.