Dizem estes que «um chefe de estado deve ser eleito, senão é algo anti-democrático».
A resposta é simples e segue uma lógica, também rica em simplicidade:
1º O primeiro objectivo de qualquer sistema político é servir o País.
2º A Democracia, na sua concepção, serve, neste momento histórico, os melhores interesses de Portugal, sem dúvida.
Porém, se houver um consenso nacional, tome ele a forma que tomar, que uma Monarquia hereditária é melhor para o País, não há razão para invocar que a ausência de sufrágio para o Chefe de Estado é algo anti-democrático, pois tal não é válido, visto que o que está em causa é servir ou não o interesse do País. Da mesma maneira, se o objectivo da democracia é servir o país, também esta é delimitada pela extensão até à qual deixa de o fazer.
Ou seja, neste caso específico, serve melhor o país uma monarquia, regime onde não se escolhe o Chefe de Estado do que um regime onde há uma "oferta" de 4 ou 5 candidatos para o lugar. A lógica do mercado não se aplica nesta decisão. Haver escolha, não implica haver qualidade, pois um Rei, preparado desde sempre para o papel que vai desempenhar e com o único intuito de Ser Português e de servir o país, é infinitamente mais qualificado do que qualquer outra pessoa. Como Portugueses devemos exigir qualidade para a nossa Chefia de Estado e levar este nosso posicionamento até ao fim.
Se um Rei serve melhor os nossos interesses, então façamos essa opção, apoiando a transição para a Monarquia.
Aliás, tradicionalmente cabe às Cortes/Parlamento a aprovação do Rei e também a elas cabe encontrar uma alternativa, caso o Rei não esteja à altura da função que desempenha.
Está mais que demonstrado que a Democracia e a Monarquia podem, não só coexistir, mas também interaperfeiçoar-se. Às vezes é até ridículo estar a ter esta conversa quando 6 dos 10 países com maior qualidade de vida em todo o Mundo são Monarquias. (*)
Aliás, é no mínimo descuidado sugerir que países com a tradição democrática da Espanha, Noruega, Suécia ou Reino Unido, tolerariam uma solução dita "anti-democrática" para a sua Chefia de Estado se tal não servisse os seus melhores interesses.
(*) - De acordo com o Quality-of-Life Index (2005), publicado pela revista britânica The Economist, que aliás, segue uma orientação editorial republicana.