Mudar o regime Servir Portugal

Manuel Beninger

sexta-feira, 2 de julho de 2010

Assembleia Municipal - Plenário: S. João privatizado

RECOMENDAÇÃO

S. João privatizado em 2010

O vereador Vítor Sousa, vice-presidente da C. M. de Braga, resolveu associar o Centenário da Republica ao S. João. Referiu ainda que foi feita alguma pesquisa histórica, quer a nível da decoração, quer do próprio cartaz e que lhe pareceu bem aproveitar a ocasião para reforçar a própria idade das Festas de S. João que são muito mais antigas do que a República, mas que mantém a sua matriz genuína até à actualidade.

Quer assim o vereador esquecer-se que foi na primeira Republica que se tentou acabar com tudo o que fosse religioso. Houve bárbaros assassinatos de padres pelo único motivo de serem religiosos, incendiaram-se igrejas e destruíram-se imagens religiosas tentando com esses actos acabar com a igreja católica em Portugal. Só não foi conseguido porque com essas atitudes, o povo começou a revoltar-se e os políticos da 1ª Republica retrocederam das intenções de fazer desaparecer do país a religião em duas gerações promulgando uma série de decretos.

É certo que não existem grandes datas para comemorar a Republica. Uma Republica que em 100 anos, não tem grandes motivos de orgulho pois durante 16 anos não governou, durante 48 viveu em Ditadura e nos restantes 30 construiu uma sociedade desequilibrada, abandonando as comunidades rurais em prol de cidades cosmopolitas mas desestruturadas.

Se dantes havia uma família Real, agora existem os ex-presidentes da República sustentados vitaliciamente pelo Estado, filhos de presidentes das Câmaras Municipais com negócios com as mesmas, é cunhas de familiares de governantes a entrarem sem curriculum para altos cargos de empresas publicas, semi-publicas e mesmo de privadas.

Vem tudo isto a propósito deste último S. João onde os munícipes bracarenses se depararam com a usurpação de um espaço público para a organização de uma festa particular.

No Largo do Passo foi vedado o acesso ao público, tendo sido implantado aí uma discoteca com entrada custeada pela quantia de dez euros.

Sabemos da tradição da CMB em privatizar espaços públicos sem qualquer legitimidade concursal.

Não entendemos é qual é a autoridade moral da autarquia de privatizar uma parcela de terreno do erário público em prol de mais um negócio que só beneficiaria “o seu usurpador”.

Por este caminho, nas próximas festas são-joaninas os bracarenses terão ruas e pracetas fechadas ao público por terem sido privatizadas.

Será que existe alguma vantagem que justifique a privatização destes espaços?

Valerá a pena questionar que tipo de Rés Pública é esta.

Em forma de conclusão, o P.P.M. propõem a esta Assembleia Municipal que aprove a seguinte recomendação:

Que a Câmara Municipal de Braga torne público a intenção de tais actos bem como as contas das festas de S. João para que todos os munícipes possam saber quanto é que a Câmara Municipal de Braga ou a Comissão de Festas do S. João arrecadou por este espaço público e perceber o beneficio de tais ganhos.


Manuel Beninger

Grupo Municipal de P.P.M. na Assembleia Municipal de Braga

[Não Aprovada. Com os votos contra do Partido Socialista e os votos a favor das restantes bancadas municipais (PPM, PSD, CDS-PP, CDU e BE)]