Jornal “Diário do Minho” de 1 de Maio, pág. 4
A Assembleia Municipal (AM) de Braga, muito renovada, esteve reunida anteontem até madrugada dentro, tendo como principal ponto da Ordem do Dia a aprovação das Contas da Câmara de Braga referentes a 2010. Apesar dos muitos novos deputados municipais, a oposição em peso votou contra, mas a maioria socialista, também com muitos elementos novos, garantiu a aprovação do documento.
Desta vez, tendo em conta que o Parque de Exposições de Braga estava ocupado, os deputados municipais reuniram-se no auditório da Associação Industrial do Minho. Embora não tenha sido a primeira vez, a verdade é que os eleitos municipais parece terem estranhado o ambiente.
Um rebuliço constante, muitos apartes, alguns dos quais “insultuosos” e incomodativos, discussão entre o presidente da Assembleia Municipal a interromper os oradores por diversas vezes no anfiteatro.
Por norma, muito presidentes de Junta e outros elementos ligados à maioria socialista fazem comentários jocosos quando a oposição está a intervir. Ontem, os comentários e “bocas” incomodaram mais por causa da proximidade das bancadas. Regista-se, também, o ar e riso “trocista” de Vitor Sousa, vice-presidente da Câmara, na mesa do executivo, quando a oposição criticava as contas e políticas da autarquia.
No que diz respeito aos argumentos para aprovação ou reprovação das contas, os discursos foram, uma vez mais, demasiado repetitivos: a oposição anuncia desgraças e, com números, justifica porquê; e a maioria socialista, também com números, mostra o “eldorado” das contas da Câmara de Braga.
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Por sua vez, o PPM anunciou o voto contra e sugeriu a realização de uma auditoria independente às contas. “Fazemos votos que o FMI chegue a Braga em forma de uma auditoria às contas municipais”, disse Manuel Beninger.