Monárquicos hastearam bandeira azul e branca no Arco da Porta Nova
PPM quer alterar Constituição e referendar forma de regime
O Partido Popular Monárquico (PPM) hasteou ontem a bandeira azul e branca da Monarquia Constitucional no topo do Arco da Porta Nova, em Braga, simbolizando a sua intenção de «libertar a cidade e de ver discutido o tipo de regime político para Portugal».
Tratou-se da primeira acção de campanha eleitoral do PPM no distrito, que pretendeu encorajar os monárquicos minhotos a assumir com coragem as suas convicções políticas e a marcar presença no acto.
Segundo o cabeça de lista do PPM pelo distrito de Braga, Manuel Beninger, a primeira proposta do partido é precisamente a alteração da Constituição da República Portuguesa, de maneira a que passe a permitir outra forma de regime que não o republicano.
«Queremos alterar a Constituição, tornando o Estado mais democrático, de maneira que permita a vigência de outro tipo de regime», sustentou Manuel Beninger, acrescentando que «após a alteração da Constituição, o segundo passo é submeter a forma de regime a apreciação pública, através de referendo».
Para Manuel Beninger os países europeus, a maioria dos quais monarquias constitucionais, «são exemplos do ponto de vista económico, social e democrático, sendo bastante mais desenvolvidos e evoluídos do que qualquer república».
«Na “nossa” República temos sempre alguém que é eleito com o apoio dos partidos e que, por isso, nunca é um árbitro isento», defendeu.
PPM quer ter voz no Parlamento
Segundo Manuel Beninger há centenas de militantes do PPM em Braga, mas à semelhança do que sucede no resto do país, há igualmente muitos monárquicos que não são do PPM, o que dificulta sobremaneira a possibilidade de ter no parlamento uma voz daquele partido.
«A grande maioria dos monárquicos não estão no PPM, mas no CDS, no PS e alguns no PCP, e em todos os quadrantes políticos, em suma», referiu, dando como exemplos os casos de Paulo Portas, do CDS-PP, de Nuno Melo do CDS, e de Paulo Teixeira Pinto, do PSD.
«Não queremos ser monárquicos camuflados, por isso temos necessidade de eleger um deputado do PPM pelo distrito de Braga e de ultrapassar este Estado bipolarizado, em que ou se vota num partido ou noutro», disse.
Quanto à actual situação do país, nomeadamente à presença do FMI em Portugal, o cabeça-de-lista do PPM atribui, mais uma vez, a responsabilidade à República, sublinhando que «a primeira fase trouxe a falência, a segunda a vergonha da ditadura e, na terceira fase, o Estado socialista e laico conduziu-nos à bancarrota».
A situação no distrito também constitui outra das preocupações centrais do PPM, em particular o elevado índice de desemprego e a situação no têxtil, na construção civil e na agricultura.
«A agricultura é uma das áreas que terá de ser repensada, negociando as políticas que Portugal assumiu com a União Europeia», concluiu.
Jornal “Diário do Minho” de 22 de Maio, pág. 5