Jornal “Novo Panorama” de 6 de Julho, pág. 13
Luís Lavradio chegou à presidência da Causa Real em Maio último, após a saída de Paulo Teixeira Pinto, (que imprimiu um novo impulso à Causa). O novo presidente está a fazer um périplo pelas reais associações do país como filosofia de aproximação às estruturas do movimento.
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“Qual a relação da Causa Real com o Partido Popular Monárquico (PPM)?
O PPM foi criado no 25 de Abril por pessoas com valor, mas como partido de poder, com programa político. Muitas das leis ambientais que Portugal adquiriu foram até iniciativas do PPM, na altura da AD (Aliança Democrática). Chamou-se PPM porque foi criado por pessoas ligadas à causa monárquica, o que não quer dizer que quisessem impor o sistema monárquico. Depois dessas pessoas terem saído foi desvirtuado o objectivo e essência do PPM, tornando-se utensílio com o propósito de engrandecer o ego de algumas pessoas. Por isso a Causa não tem que ver com qualquer conceito do PPM. Curiosamente há sondagens que demonstram que 20% a 30% dos portugueses gostariam de uma monarquia em Portugal e esse não é o universo de votantes no PPM”.
Ex.mo Senhor Drº Luís Lavradio, presidente da Causa Real
O Partido Popular Monárquico, foi criado a 23 de Maio de 1974, por proposta do Conselho Nacional da Convergência Monárquica. Agrupou o Movimento Monárquico Popular, a Liga Popular Monárquica, a Renovação Portuguesa, a Juventude Monárquica Revolucionária, o GAMU, Grupo Monárquico de Acção Universitária e o Grupo Monárquico do Ensino Secundário (GMES).
Teve como líderes ilustres monárquicos, antes e mesmo depois da sua presença nos governos da AD (Aliança Democrática). Recordo os nomes do Drº Augusto Ferreira do Amaral, do Drº Fernando de Sá Monteiro, do Drº Miguel Pignatelli Queiroz e do Drº Paulo Estêvão (actual presidente e deputado na Assembleia Legislativa da Região Autónoma dos Açores), entre outros. Serão estes respeitáveis monárquicos a quem se referiu como tendo utilizado o PPM como “utensílio com o propósito de engrandecer o ego de algumas pessoas”?
Sobre este assunto, no discurso encerramento do XVII Congresso da Causa Real
Mas no que diz respeito à questão monárquica, o PPM continua a denunciar as insuficiências democráticas da sua constituição na imposição da natureza do regime republicano. Mesmo em ano de revisão constitucional, ainda não vi nenhum outro político monárquico, de um outro partido político, falar sequer sobre o tema.
Sabemos quem e quantos somos, mas não nos escondemos atrás de nenhuma redoma. Nunca o PPM se assumiu como o partido de todos os monárquicos. Como diz o presidente do partido, Drº Paulo Estêvão, “somos apenas o único partido que assume, do ponto de vista programático e estatutário, a sua opção monárquica. A verdade é que a esmagadora maioria dos monárquicos opta por votar noutros partidos (mesmo naqueles que programaticamente se definem como republicanos). Estão no seu pleno direito democrático e cívico. Nada tenho a recriminar a este respeito“.
Manuel Beninger