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Manuel Beninger

sexta-feira, 9 de dezembro de 2011

A "democracia" musculada na Bracara Augusta

Autarca João Tinoco presidiu a Assembleia longa e atribulada


A ausência de António Braga entregou, anteontem à noite, a condução dos trabalhos da Assembleia Municipal ao autarca de Nogueiró João Tinoco, que, apesar de algum humor e boa disposição, não conseguiu impor o respeito da generalidade dos deputados municipais e de alguns elementos do público, que estiveram todo o tempo a provocar os eleitos, com apartes bem audíveis sobre as senhas de presença: «São só mais 76 euros!!».

João Tinoco começou por não conseguir restringir o expediente da “defesa da honra”, indevidamente usado para atacar os adversários por João Granja (PSD) e Raul Peixoto (PCP); teve muita dificuldade em fazer cumprir os tempos de intervenção, sobretudo a Bento Silva (PSD), sobre as Sete Fontes, e a Sílvia Oliveira, do PPM, sobre violência doméstica.

O autarca/presidente, coadjuvado por Gabriela Gomes e Rui Dória, acabou por envolver-se num aceso despique com o colega Firmino Marques, que insistiu em falar como presidente de Junta e não como deputado do PSD, como prevê o novo regimento proposto por António Braga no início do mandato. «É presidente de Junta, mas fala como deputado do PSD», insistia Tinoco, ao que Firmino ripostava: «estou nesta Assembleia apenas porque sou autarca de São Victor».

Não menos importante foi ainda a reconhecida inexperiência na condução deste tipo de plenários, seja nas hesitações na contagem dos votos, seja no menos adequado agendamento das moções e propostas dos partidos sobre as várias matérias, que fizeram com que os eleitos “repetissem” o mesmo tema, como foi a reforma da administração local e a compra da Confiança, em que as propostas que poderiam “poupar a discussão” só foram votadas à posteriori. No final, apesar de dúvidas sobre o quórum, a contagem garantiu as presenças suficientes para terminar a reunião, quando eram já 02h20 de quinta-feira.