Aquando das últimas eleições presidenciais, num texto opinativo que o Diário do Minho publicou, referi que no primeiro mandato do Professor Cavaco Silva, ficou demonstrado que um Presidente da Republica tem limitações de poderes por estar dependente de um segundo mandato. Assistiu-se a esta situação quando o Presidente sofreu um ataque do P.S. para desviar as atenções do País e ganhar umas eleições. No final desse mandato, também ficou demonstrado que de 5 em 5 anos, existe um período de 6 meses em que não se pode demitir um Governo por mais incompetências que cometa. Foi notório que o Professor Cavaco Silva, nesse primeiro mandato, não decidiu com consciência mas sim, com a frieza de nunca ser atacado por favorecimento da sua família política tendo com isso prejudicado o País.
Pode-se perceber que não morro de amores pelo “Engenheiro” José Sócrates e que o considero um político incompetente perigoso, mentiroso compulsivo, ávido de poder a qualquer custo e com uma tendência para ser notícia em casos Judiciais. Com isto quero dizer que o “Engenheiro” José Sócrates é, na minha opinião, um sinónimo de esterqueira política.
Quero por isso agradecer ao nosso Presidente da Republica por auxiliar a população portuguesa a perceber como a Republica é muito mais imperfeita do que a Monarquia.
A falta de lealdade institucional que o Presidente da Republica se queixou, seria pouco provável de existir se Portugal fosse uma Monarquia. E mesmo que acontecesse essa falta de lealdade do Primeiro-ministro perante o Chefe de Estado Monárquico resultaria, obviamente na demissão imediata do Governo com a compreensão de todos os portugueses.
Ao fim ao cabo, essa contumaz deslealdade ficou a dever-se ao “fait divers” de uma suspeita de escutas e à tentativa por parte do P.S. de condicionar a acção política de um presidente que preferiu “engolir sapos” a correr o risco de não ser reeleito.
Um Rei não tem que gerir “Timings políticos” pois não pertence a uma família política, não é oriundo de uma família de esquerda nem de direita e não tem de se preocupar com as sensibilidades destas duas grandes tendências. Um Rei olha para a frente e apenas tem como preocupação a família a que pertence e que são os portugueses.
Desejo igualmente agradecer ao Presidente da Republica Cavaco Silva pois ao escrever as declarações que fez por ocasião do aniversário da sua eleição provou que não é tarefa fácil estar-se preparado para a Chefia de Estado. Um Chefe de Estado não pode nem deve ser vingativo. Não pode nem deve reavivar disputas passadas e enterradas e sufragadas como a que desferiu e que apenas serve para branquear fantasmas. Um Chefe de Estado deve estar atento aos problemas reais do País, sempre mais relevantes do que qualquer “acerto de contas” extemporâneo, como foi este penoso episódio.
Um Rei, porque desde cedo é instruído para desempenhar a chefia de Estado, ou diz na altura própria aquilo que deve ser dito ou então, nada diz em publico que possa desestabilizar a concórdia dos seus cidadãos. Exemplo desta situação é o caso do Rei Juan Carlos que não teve problemas nenhuns em mandar calar o Presidente da Venezuela ao contrário do que fez o nosso Presidente Cavaco Silva na Republica Checa onde depois de ouvir o enxovalho aos portugueses, não teve a dignidade de sair da sala e abandonar ostensivamente o execrável banquete.
Outro exemplo que recordo, é o do Rei D. Manuel II que apesar de lhe assassinarem cobardemente o Pai e o Irmão, não perseguiu o partido que estava implicado nesses actos terroristas e mesmo depois de o expulsarem do País, nunca deixou de amar a sua Pátria e em todas as ocasiões enaltecer os portugueses.
Obviamente que um Chefe de Estado preparado e educado para o ser, desempenha muito melhor a representação do Estado e promove o equilíbrio da Nação do que um qualquer ambicioso que tenta sobreviver mediante os adversários políticos.
Mas um outro problema se coloca. Um dos argumentos que os Republicanos adoram colocar em cima da mesa é a hipotética senilidade que um Rei pode sofrer. Na monarquia, quando um Rei fica senil, afasta-se o Rei. Pelos vistos na Republica não.
Mesmo assim, obrigado Sr. Presidente da Republica Aníbal Cavaco Silva.
Pedro Borges de Macedo
Vice-presidente da CPD de Braga e Vogal da CPN do PPM
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