Só um dos quatro professores da Lusófona admite ter avaliado Relvas.
O Expresso escreve que
estes três professores nunca viram Miguel Relvas. "Soube que era licenciado neste curso esta semana, pelos jornais",
afirmou um dos docentes. Só um deles, o coronel na reserva Almeida Tomé,
responsável pela cadeira de Geoestratégia, Geopolítica e Relações
Internacionais, assume que Relvas foi seu aluno. "Era um aluno interessado e até modesto. Via-se que tinha bagagem, mas
como tinha muitos afazeres veio pouco às aulas", afirmou este
professor da Lusófona, garantindo que “a
falta de assiduidade se reflectiu numa nota mais baixa”.
Almeida Tomé não participou, porém, no processo de equivalências: "Fui chamado um dia à reitoria e
explicaram-me a situação. Assumi a responsabilidade de o avaliar na minha
cadeira. Calculo que foi feito o mesmo para as outras disciplinas e com outros
professores".
António Filipe, deputado do PCP e professor de Ciência Política desde
2001 naquela mesma universidade, lecciona uma das cadeiras que Relvas teve de
fazer – Quadros Institucionais da Vida Económico-Político-Administrativa.
"Nunca o vi, nunca foi meu aluno e
nunca constou das listas electrónicas das turmas", disse António
Filipe, segundo o Expresso. "Nunca
o avaliei. Nem sabia que tinha sido lá aluno", acrescenta.
Feliciano Barreiras Duarte, actual secretário de Estado do próprio
ministro Miguel Relvas, era outro dos responsáveis por esta disciplina. "Nunca avaliei Miguel Relvas, nem foi meu
aluno", declarou, embora assuma que o tenha visto na altura na escola.
"Uma vez à
noite, na faculdade. Encontrei-o, cheio de pressa, a ir para um exame."
Nuno Cardoso da Silva, ex-dirigente do PPM, responsável pela cadeira de
Teoria do Estado da Democracia e da Revolução, também afirma: "não fui professor, nem avaliei Miguel
Relvas. Nunca o vi na universidade, soube da licenciatura pelos jornais".
Esta era outra das cadeiras sujeitas a exame para conclusão da licenciatura.
Outra das cadeiras a que Relvas fez exame foi Introdução ao Pensamento
Contemporâneo, disciplina concluída por Relvas com 18 valores. Pereira Marques,
ex-deputado do PS e professor a tempo integral na universidade era o
responsável: "Não foi meu aluno.
Não o avaliei. Nunca o vi na universidade".
DL n.º 74/2006 (com um especial agradecimento à FCT)
Mas quem é este Miguel Relvas? O
porquê do favorecimento a este Miguel e não a um Miguel Povinho qualquer?
É o indiscutível número 2 do Governo. Porque é o número 1 de Pedro
Passos Coelho . É a sombra do
primeiro-ministro. O seu braço-direito. O seu amigo, aliado, político-gémeo, é
o seu par; é o poder dentro do círculo
do poder.
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