A presidente do PSD/Açores, Berta Cabral, manifestou-se contra as
medidas anunciadas pelo primeiro-ministro e líder nacional do partido, Pedro
Passos Coelho, salientando ter apresentado medidas para “anular e amenizar os
efeitos negativos da austeridade”.
Uma dessas
medidas, que pretende concretizar se assumir a presidência do executivo
regional, é um “subsídio de insularidade” para os trabalhadores do setor
privado, “no valor de cinco por cento do seu vencimento, até ao limite de 2.000
euros, a suportar pelas entidades patronais em função dos sete por cento que
vão deixar de pagar para a Segurança Social”.
“Se os
empresários deixam de pagar sete por cento para a Segurança Social, pegam
nestes sete por cento e dão cinco por cento aos trabalhadores, através desse
subsídio de insularidade, e ficam com dois por cento para fazer face a alguns
agravamentos e dificuldades”, afirmou Berta Cabral, em entrevista à Lusa.
Para a líder
regional social-democrata, “já que a redução da Taxa Social Única (TSU) não
serve para criar emprego, na boca dos próprios empresários, então os
empresários devolvem através de um subsídio de insularidade cinco por cento aos
trabalhadores e ficam com dois por cento para si”.
A líder
regional do PSD e candidata do partido à presidência do Governo Regional nas
eleições de 14 de outubro frisou que Pedro Passos Coelho “está sempre
convidado” para se deslocar aos Açores, “porque é o presidente do PSD e o
primeiro-ministro de Portugal”, assegurando não recear que as medidas de
austeridade a prejudiquem em termos de resultados eleitorais.
“Os
açorianos são inteligentes. Sabem que eu não sou Passos Coelho e sabem que os
Açores não são o resto de Portugal continental”, afirmou, acrescentando que as
medidas de poupança que apresentou para minimizar nos Açores o impacto da
austeridade “são para cumprir, por estarem no âmbito das competências regionais
e exercício da autonomia”.
Na entrevista à Lusa, Berta Cabral
reafirmou que o modelo de desenvolvimento proposto pelo PSD/Açores passa pela
criação de uma “região económica”, que pretende “criar oportunidades nas nove
ilhas”, apesar de, pela primeira vez, o partido não apresentar listas próprias
no Corvo, a mais pequena ilha do arquipélago, onde apoia a candidatura do PPM.
“É uma
questão estratégica, proposta pela própria comissão política de ilha”, referiu,
assegurando que o acordo assinado entre os dois partidos prevê apenas
compromissos parlamentares para aprovação do plano e orçamento e de documentos
estratégicos propostos por um futuro governo que o PSD venha a formar.
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