A JM-Açores emergiu de uma necessidade política dos jovens monárquicos
açorianos terem um espaço institucional onde possam ver projectados os seus
desejos e ambições políticas. Deste de Outubro de 2011 que o PPM se dedica a
este projecto e foi em Março seguinte que a JM se estreou no Conselho Regional
de Juventude. Perante o bombardeamento visual de injustiças e precaridade, a JM
deliberou a concessão desta conferência com vista a alertar os açorianos e
açorinas para a “Peste Negra” do início século XXI.
Os jovens monárquicos estão profundamente chocados com dados publicados
pelo IDT (Instituto da Droga e Toxicodependência) relativamente ao consumo de
substâncias ilícitas pelos estudantes açorianos. Foi contabilizado que 30% dos
estudantes do ensino secundário já consumiu algum tipo de droga ao longo da
vida; no 3º ciclo são 14,7% dos estudantes já fez utilidade de estupefacientes.
Não só estas informações são comprovações de uma avalanche de insucessos e má
aplicação de programas de combate à toxicodependência, mas também choca-nos o
facto de Governo Regional não se ter mostrado preocupado, em praça pública, com
este estudo nem ter lançado às luzes da ribalda algum tipo de parecer ou
exegese para, de modo inequívoco, os açorianos e açorianas ficarem com devida
noção da motivação para a ocorrência destes números faraónicos.
Como testemunhas oculares, bem sabemos que, por exemplo, no Largo Mártires
da Pátria, alguns estudantes da Escola Secundária Antero de Quental consomem e
traficam droga à queima-roupa. As autoridades policiais pouco ou nada fazem
para o controlo desta situação. Quem visita este espaço, no centro de Ponta
Delgada, no decorrer do horário escolar é acariciado com uma acuidade violenta
de quem está a fazer usufruto destes malefícios, o que, em primeiro lugar,
oferece uma má imagem do centro urbano de Ponta Delgada, e em segundo lugar
passa uma mensagem aos visitantes de toda uma classe estudantil que é
devoradora de drogas. Neste último ponto, é bom esclarecer que nem todos os
estudantes se deixam levar pelas andadas alucinogénias, pois um pequeno
agregado poderá induzir as pessoas a exercer uma hermenêutica errónea sobre
esta “elite”, todavia este tipo de preconceito é uma blague, portanto a
leitura dos dados do IDT facilmente desmitifica estes maus juízos.
A JM também se vê preocupada com o aumento colossal do desemprego na
região, tendo ainda mais preocupação com o aumento do desemprego jovem. Os
dados mais recentes da OCDE que JM apurou dão conta que em Outubro deste ano a
taxa de desemprego, a nível nacional, subiu para 16,3% (a mesma percentagem que
Agosto de 2012), tendo em consideração que em Setembro havia recuperado um
ponto percentual. No cerne da classe dos desempregos, contabilizam-se 39,1% de
jovens nesta condição. Em termos individuais, são 888 milhões de pessoas no
desemprego e num prisma mais abrangente, Portugal vê-se, assim, “congratulado” com
bronze no pódio da taxa de desemprego dos membros da OCDE.
No que concerne ao panorama açoriano sabe-se que taxa tem subido como se
fosse um braço de uma parábola. Aplicando números nesta premissa, apuramos que
a taxa de desemprego na região em 2007 tinha o valor de 4,3% e no ano seguinte
subiu para 5,5% e deste aí tem-se elevado até 15,6% no segundo trimestre de
2012, sendo este um valor acima à média nacional apurada pelo INE que fica
pelos 15%.
Em Março de 2012, o anterior Presidente do Governo Regional convocou uma
reunião ordinária do Conselho Regional de Juventude tendo como epígrafe o “Desemprego
Juvenil”. Carlos César previu calmarias da taxa de desemprego na região, em
declarações feitas à entrada do Conselho de Juventude, como tal, com base nos
dados apurados pela JM, pensamos que Carlos César se deve ter ficado
deslumbrado pelo oportunismo político e eleitoralista ao apresentar este “mapa
astrológico”.
O braço jovem do PPM sente que o Governo Regional, assim como, o partido
que o suporta tendem a exercer uma subalternação deste órgão e perante a
analogia do Decreto Legislativo Regional que prevê a existência do órgão em
causa e o conjunto de normas que assim o regem, verifica-se que o Governo
Regional desonra sem pudor os estatutos do Conselho de Juventude.
É intenção da JM-Açores reger sempre as suas linhas ideológicas em prol dos
jovens açorianos e das suas valências como cidadãos, com ideias totalmente
actuais para a condução do nosso Arquipélago e, fazemos a intenção acintosa de
não ficar calados nem resignados enquanto não seguirem devidamente os estatutos
deste órgão juvenil ou, singelamente, lançarem as aspirações e vontades dos
jovens às feras da negligência ou das políticas ab-rogantes. É bom também fazer
recordar a todos que antes desta instrumentalização socialista do Conselho de
Juventude, que o Conselho de lha de São Miguel está inactivo de momento, visto
que já passamos a hora de almoço, parece-nos que o Governo Regional mandou o
Conselho de lha almoçar durante uns bons momentos e até lá, o povo que espere!
Tendo em conta o que já fora supracitado a JM lança dois reptos ao
recém-nascido Governo dos Açores. Em primeiro lugar que convoque uma reunião
plenária do Conselho de Juventude com a problemática: “Desemprego Jovem” por
sua iniciativa, e em segundo lugar que coloque mais iniciativas ao debate,
visto que a juventude não tem como preocupação única e exclusivamente o
desemprego.
Em sinal de prostração institucional para com os jovens da Região Autónoma
dos Açores, deixamos a abertura para concertação social e, também deixamos a
garantia de mais ideias e mais temas que, certamente estão num horizonte
próximo na necessidade de discussão e de implementação para a nossa região. Em
modo de encerramento, escrevemos sobre as tábuas dos mandamentos das políticas
para a juventude que: «Um país que não cuida dos seus jovens, é um país que não
cuida de si.»
Ajuda da Bretanha, 19 de Dezembro de 2012
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