Mensagem de S.A.R., o Senhor Dom Duarte, Duque de Bragança
Vista da sala
A Família Real durante a Mensagem de S.A.R.
A Família Real portuguesa
MENSAGEM 1º Dezembro 2012 do Chefe
da Casa Real portuguesa , o Duque de Bragança , S.A.R. o Senhor Dom Duarte de
Bragança
Portugueses:
Estamos a viver mais um 1º de
Dezembro, o dia em que se afirmou a vontade de independência nacional e os
portugueses disseram “Nós somos livres e o nosso Rei é livre”. Para nós, o 1º
de Dezembro aconteceu uma vez e o 1º de Dezembro acontecerá sempre.
Mas hoje, vivemos um 1º de Dezembro diferente.
Cada vez mais portugueses enfrentam a angústia de não saber como cumprir
os seus compromissos financeiros, e mesmo como irão pagar as despesas básicas
das suas famílias.
A todos eles, quero manifestar a minha solidariedade.
Hoje, atingimos aquele limite em que Portugal tem uma economia em
recessão e se esgotou a capacidade do Estado se financiar. Os sucessivos
aumentos de impostos já não contribuem significativamente para aumentar a
receita do Estado, porque as famílias e as empresas já não conseguem o
suficiente para os comportar.
Hoje, tal como em 1640, mas devido à irresponsabilidade de alguns
governantes da III República, a nossa política depende da vontade de
estrangeiros. A população tem dado provas de grande civismo. Por isso, a todos
os que se manifestam de forma cívica em favor de um Portugal mais justo e mais
independente, quero manifestar o meu apoio.
Na crise presente, é justo que peçamos contas a quem nos colocou nesta
situação de pré-falência e que se tentem recuperar fundos fraudulentamente
desviados . Apoio os que pedem a criminalização por actos públicos de gestão
danosa.
O princípio do estado de direito democrático é a base da nossa ordem
pública. E esse princípio baseia-se na dignidade da pessoa humana e na
afirmação de que o cidadão deve estar ao serviço do Estado e o Estado ao
serviço da pessoa.
Mas, hoje, existem muitos privilegiados a beneficiar das chamadas
“gorduras de Estado”. Muitos fornecimentos, contratações, parcerias público
privadas e ajustes directos deveriam ser reavaliados à luz do interesse
público, tal como revelado por auditorias do Tribunal de Contas.
Por isso, a todos os que exigem que o Estado respeite o direito, eu
digo: a Instituição Real está convosco.
No estado democrático, os partidos políticos têm uma missão essencial a
desempenhar. Mas seria útil que as pessoas de boa vontade se unam aqueles
partidos que melhor defendam os seus ideais, para que melhor possam servir o
País.
No entanto o exercício da cidadania não se limita à actividade
partidária.
São, felizmente, muitas as Associações Cívicas que têm mobilizado as
boas vontades com acções eficazes de solidariedade e caridade. São fundamentais
para um futuro melhor. Deixemo-las trabalhar, em vez de perder tempo com
críticas e insultos que nada ajudam a minorar o sofrimento de quem delas
precisa.
Por seu lado a Causa Real e as dezenas de associações reunidas na
Plataforma Activa da Sociedade Civil, criam sinergias entre milhares de pessoas
dedicadas a implementar soluções para os problemas nacionais.
Quero declarar-lhes o meu pleno empenho nas causas que defendem. Não
esqueço que, nas redes sociais, muitos defendem a Instituição Real. E lanço um
apelo para que passem do virtual ao real, colaborando com a Causa e que mais
associações e pessoas se juntem a quem trabalha no campo cívico e humanitário
com eficácia e generosidade.
Uma das razões que comprometem o nosso futuro é a baixa natalidade. O
Estado português não favorece fiscalmente as famílias que têm filhos, não toma
medidas eficazes que ajudem as mães solteiras, não facilita a adopção de
crianças.
Perante o já chamado “inverno demográfico” da falta de natalidade, para
mim, que acredito no direito à vida, é difícil aceitar que o Estado, com o
dinheiro dos nossos impostos, subsidie o “aborto a pedido”.
Após mais de noventa mil “vítimas legais” em Portugal nos últimos cinco
anos , é altura de percebermos que a lei actual é insustentável !
“ Uma Nação que mata os seus filhos não tem futuro “ disse a Madre
Teresa de Calcutá .
Peço que se lembrem que sem renovação das gerações, o Estado não
conseguirá honrar os compromissos financeiros, em particular as reformas de
quem descontou para a Segurança Social.
Há muitos anos que venho denunciando o nosso modelo errado de
“desenvolvimento sem progresso”, sem uma visão global do futuro.
Por todo o País, tenho encontrado exemplos de pequenos e grandes
empresários de sucesso, alguns reconhecidos internacionalmente.
A burocracia estatal e a lentidão da justiça têm provocado graves
entraves a quem quer produzir. Temos que exigir mais ao Estado. Mais
responsabilidade, mais respeito pelos governados que o sustentam, e, acima de
tudo, mais dignidade.
Precisamos urgentemente de um Estado moderno e eficiente, que assegure a
nossa soberania e a ordem interna, garantindo a oferta de bens públicos em
sectores essenciais e a regulação e estímulo à actividade económica nos
restantes, de forma a propiciar o crescimento das empresas e a oferta de
emprego, Precisamos de um Estado que seja o primeiro a dar o exemplo, pagando a
tempo e horas, bem como assegurando que os investimentos e gastos públicos
sejam racionais.
O Estado moderno não se pode substituir ao sector privado na criação de
riqueza e não pode ceder à tentação de intervir em tudo.
O Estado social moderno deve dar apoio aos mais desfavorecidos. Quanto
menores forem os desperdícios, maior será a proporção da riqueza que chegará a
quem precisa.
Para isso, não podemos ter uma sociedade toda subsidiada; não podemos
ter um sector empresarial subsídio-dependente.
Como representante e chefe da Casa Real Portuguesa, é esta a reforma de
Estado que preconizo. Um Estado que siga e imponha o direito, um Estado que
apoie os mais desfavorecidos, um Estado eficaz,, um Estado que fomente o
desenvolvimento, um Estado que olhe o futuro, um Estado de e para todos os
portugueses.
Se as monarquias democráticas actuais existem e têm um papel fundamental
é porque nelas o exemplo vem de cima.
Importa prestar atenção à clara demonstração das nossas verdadeiras
capacidades que é dada pelo sucesso que os portugueses obtêm no estrangeiro !
Sem qualquer ajuda do Estado, e no cumprimento dos desígnios da
Instituição Real, eu e minha mulher Isabel temo-nos deslocado a países da
Europa e da Lusofonia para promover Portugal.
Foi assim no Grão–Ducado do Luxemburgo onde 25% da população activa é
portuguesa.
Na Galiza, encontrei um vivo interesse pela língua portuguesa e pelas relações económicas e culturais connosco. A tão interessante e antiga fala de lá também é conhecida como “o português da Galiza”. Em Roma, tivemos ocasião de homenagear personalidades das Casas Reais europeias empenhadas em acções de solidariedade. E nos Estados Unidos convivemos novamente com a dinâmica comunidade portuguesa de Nova Jersey e Nova York.
Na Galiza, encontrei um vivo interesse pela língua portuguesa e pelas relações económicas e culturais connosco. A tão interessante e antiga fala de lá também é conhecida como “o português da Galiza”. Em Roma, tivemos ocasião de homenagear personalidades das Casas Reais europeias empenhadas em acções de solidariedade. E nos Estados Unidos convivemos novamente com a dinâmica comunidade portuguesa de Nova Jersey e Nova York.
Tive, ainda, a oportunidade de escutar do Sr. Presidente da República de
Cabo Verde, palavras de encorajamento para que a CPLP possa evoluir
politicamente no sentido de uma Confederação, ou de uma União, aproximando as
nações irmanadas pela língua de Camões.
Encontrei a mesma disposição entre os governantes de vários países da
CPLP, incluindo o Brasil.
Cada dia são mais os que perfilham a visão de que, juntos, os países de
língua portuguesa podem e devem construir um destino comum que será
melhor do que o que actualmente se configura em separado.
Neste 1º de Dezembro, aproxima-se a data em que celebramos o Natal. Não
deixemos que esta data seja desvirtuada publicamente por apelos ao consumismo.
Façamos desta data um estímulo à nossa tradição de solidariedade e caridade,
apoiando as instituições que organizadamente trabalham nesse sentido, como eu e
a minha Família procuramos fazer.
Há mais de um século que a minha Família se encontra impedida de exercer
a missão que desempenhou desde que Afonso Henriques foi aclamado “Rex
Portugalorum“, Rei dos Portugueses.
No passado 5 de Outubro tive ocasião de me dirigir aos portugueses,
celebrando a independência alcançada nesse dia de 1143, com o Tratado de
Zamora.
Precisamos de regressar a esse nosso futuro. De agir como sempre
soubemos fazer após os desastres do passado: regenerando Portugal mas em bases
mais sólidas, aprendendo com os erros cometidos.
Apelo aos portugueses para que se unem e actuem noutro projecto, para um
Portugal melhor.
Apelo aos jovens, nomeadamente os que se ausentaram, e a todos, lá como
aqui, para que continuem a acreditar em Portugal.
Para essa nova etapa da História, aqui declaro que eu e a minha família
estamos disponíveis e dispostos a servir Portugal nos cargos para que os
portugueses nos desejarem.
Viva Portugal !
Fotos da Real Associação de Lisboa
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