E se um médico decidisse operar um
paciente ao estômago por entender que este sofria de alguma maleita, tipo
flatulência em excesso ou coisa que o valha?
Marcava-se a cirurgia, reservava-se o
bloco operatório, adquiria-se o material necessário, recrutavam-se enfermeiros,
anastesistas, etc... O doente era sujeito a internamento e à bateria de exames
preliminares da praxe.
No dia seguinte, o médico operava o paciente
e este permanecia internado mais uns dias em pós-operatório.
Ao fim de algumas semanas, o paciente
não apresentava melhoras ou até piorava e o médico então decidia: "se
calhar é melhor voltar a abrir a barriga ao paciente e operá-lo aos intestinos,
porque o excesso de traques que ele dá, afinal deve ter a ver com as tripas e
não com o estômago".
Perguntamos nós: o que pensariam os
leitores deste médico ficcional se fosse real? A opinião generalizada seria:
INCOMPETENTE.
E certamente o hospital dispensaria
este médico, pois a incompetência deste causara avultados prejuízos. Para além
dos óbvios transtornos causados ao paciente, a despesa desnecessária que causou
ao realizar cirurgias dispendiosas, sem saber realmente ao certo o
que estava a fazer.
Pois se este médico é ficcional, os
responsáveis pelas obras de requalificação urbana da cidade de Braga não!
E tal como o médico incompetente,
também estes decidem executar as acções, para depois se aperceberem das
asneiras que fizeram e voltar a refazer o que foi mal feito.
Assim, quando os bracarenses se
julgavam livres das incómodas obras do Largo da Sr.ª a Branca, eis que as
máquinas estão de volta para corrigir aquilo que poderia ter sido feito bem à
primeira. Mas como se pode ler hoje no Diário do Minho, a cidade de Braga
passou a ser um laboratório de "Experimentalismo Urbano".
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