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Manuel Beninger

terça-feira, 14 de julho de 1992

Jornal Diário do Minho: Monárquicos queriam para o Picoto um Espaço de Lazer bem Arborizado

A Juventude Monárquica de Braga veio ontem a público, criticar o projecto camarário de urbanização do monte do picoto, nesta cidade.
Recuando à última sessão da Assembleia Municipal, onde - segundo os jovens monárquicos - "se repetiu mais uma vez o espectáculo de uma "democracia musculada"", começam por lamentar "que não haja um só socialista daquela Assembleia que manifeste alguma dúvida" sobre tal projecto.

Seria lógico - dizem - que em tão grande número de deputados municipais da maioria houvesse alguém que ousasse pôr em dúvida as certezas e justificações defendidas pelo Eng.º Mesquita Machado.

Para os Jovens Monárquicos de Braga, o facto de um plano ser idealizado por um arquitecto de merecimento reconhecido "não é argumento suficientemente castrador" para que ninguém ouse discordar e visualizarem outra solução.

A JM entende que o monte do Picoto e as áreas adjacentes deverias ser utilizadas na construção duma zona verde paisagisticamente atraente, "onde se harmonizasse a ligação da natureza com a floresta de cimento e asfalto, que hoje é a cidade de Braga".

Esta estrutura política contrapõe ao projecto aprovado pela maioria socialista na Assembleia Municipal de 4 de Julho a plantação de uma mata ajardinada, "aliás, seguindo o exemplo que os nossos antepassados fizeram no séc. XIX no Bom Jesus e que ainda hoje é um dos ex-libris da cidade".

Desta forma, dizem os jovens monárquicos, seriam dimensionadas as áreas de lazer e repouso com a actual população da cidade.

"Não se propugnaria por criar um espaço de negócios para empreiteiros mas tão somente criar um espaço de refúgio onde se plantariam espécies características da região, das quais uma há que reconhecidamente está em vias de extinção", afirmam.

Acrescentam, neste âmbito, o agradecimento que as gerações vindouras fariam ao encontrar bem perto do centro da cidade uma mata de azevinhos, enquadrada por carvalhos e castanheiros, onde, distante do bulício citadino, se pudesse fazer jogging, ler um livro ou, tão simplesmente, gozar o "fru-fru" das folhagens dessas espécies.

É óbvio - concluem -, que esta solução não seria interessante para o mundo dos negócios da cidade, mas seria uma solução bem mais adequada às necessidades de melhoria da qualidade de vida dos bracarenses que lamentamos não ver defendida na Assembleia Municipal de Braga.