O PPM defendeu ontem a "constituição de uma frente alargada a toda a oposição", nas próximas eleições autárquicas, "contra a actual maioria socialista da Câmara Municipal de Braga.
Manuel Beninger, presidente da Comissão Nacional da Juventude Monárquica, garantiu, em conferência de imprensa, "que seria possível constituir uma lista de cidadãos que, unidos sobretudo pela vontade de servir Braga, fizessem frente ao Partido Socialista de Braga".
A proposta, que o próprio Beninger admitiu poder "parecer Bizarra", "passaria, naturalmente, pelo "apagamento" assumido dos restantes partidos, que teriam de abdicar de uma intervenção mais protagonizada" nas eleições de Dezembro do próximo ano.
O líder da Juventude Monárquica explicou que o mandato desta "Frente" seria "de transição, baseado num programa de compromisso entre os vários partidos".
Manuel Beninger não hesitou em propor este acordo alargado a todos os partidos, do PCP ao CDS.
Se tal acordo alargado não se concretizar, o PPM avançará com uma lista própria nas "autárquicas" de 1993. Manuel Beninger considerou ontem que, no próximo ano, não se coloca a hipótese de um acordo dos monárquicos com o PSD, como aconteceu nas eleições autárquicas de 1989.
Para o PPM, "a gestão socialista tem vindo a comprometer, em muitos aspectos, o desenvolvimento harmonioso e equilibrado do nosso conselho, muito particularmente no que respeita ao crescimento urbanístico".
LÍDER AUSENTE
A Comissão Política Concelhia da Juventude Monárquica convocou a comunicação social para a conferência de imprensa para falar das comemorações do 1º de Dezembro, de assuntos de âmbito internacional, nacional e regional, na qual estaria presente o presidente do PPM, Nuno Cardoso da Silva. As habituais "razões de ordem pessoal" foram apontadas como justificação para a ausência do líder dos monárquicos do encontro com os jornalistas.
Considerando que comemorar o dia da "restauração" é também reflectir sobre o drama do povo maubere que em Timor vive a aflição da impossibilidade de sentir a Liberdade e afirmar a sua independência. O PPM de Braga defende que Portugal deve propor ao Conselho de Segurança das Nações Unidas a condenação enérgica da ditadura militar do regime indonésio.
Comemorar o dia da Restauração é também para o PPM "exigir uma acção mais protagonizada de Portugal em relação à autodeterminação do povo de Cabinda" e "tomar uma posição inequívoca em relação à projectada União Política Europeia que contrarie a negação da soberania nacional em detrimento de uma Europa culturalmente heterogénea".
Três séculos e meio após a Restauração da Independência, o PPM continua a defender que "a Monarquia continua a ser a melhor forma de assegurar a vontade popular, pela independência, imparcialidade e participação das instituições representativas que só o Rei garante".