Ontem foi nomeada uma comissão que irá preparar o documento basilar da discussão no próximo dia 6 de Março e desenvolver contactos com todos os partidos, com excepção natural do PS, no sentido de saber das possibilidades reais da formação de uma "frente", mais ou menos comum, contra a actual gestão camarária de Mesquita Machado.
O debate de ontem não foi conclusivo, tendo-se manifestado opiniões diversas quanto à melhor forma da intervenção política dos cidadãos independentes nas eleições autárquicas de Dezembro.
Joaquim Sá, um dos promotores do encontro de ontem, no final, apontou três grandes linhas de força saídas do debate realizado na sede da Junta de Freguesia de S. Lázaro. Uma delas aponta para que "este movimento caminhe para uma candidatura própria e autónoma", criando a figura jurídica necessária (partido) para concorrer à Câmara, uma vez que a actual lei eleitoral ainda não permite candidaturas de cidadãos independentes.
A segunda hipótese de participação eleitoral deste grupo de cidadãos passaria por aquilo a que José Dias, outro dos participantes, designou por "leasing democrático", ou seja, a utilização do nome de uma força partidária já legalizada, mas que esteja inoperante no momento.
Por outro lado, houve quem defendesse, como Manuel Beninger, líder dos monárquicos em Braga, a "ideia de uma frente alargada da oposição bracarense" contra a actual gestão socialista. Vista com grande cepticismo, por alguns dos presentes, a proposta ficou no entanto em aberto.
Uma destas três fórmulas de participação eleitoral poderá eventualmente ser adoptada no encontro já aprazado para o dia 6 de Março.
Alguns dos defensores da ideia da candidatura unida da oposição lembraram ontem que "o surgimento de um novo partido" só facilitaria a vida a Mesquita Machado nas "autárquicas" do final do ano, ou seja, seriam mais uns "votos inutilizados" a favor do PS.