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Manuel Beninger

sexta-feira, 5 de fevereiro de 1993

ANO DE ELEIÇÕES, ANO DE REFLEXÃO, ANO DE ACÇÃO; Artigo de Opinião de Manuel Beninger


Jornal "Semanário Minho"

Sensivelmente a dez meses das eleições autárquicas, cresce o entusiasmo e a expectativa quanto à possibilidade de afirmação de uma candidatura de alternativa à actual gestão socialista da Câmara Municipal de Braga.
É nesse quadro que irá realizar-se, no próximo dia 6, uma reunião, organizada pela Plataforma de Esquerda (PE), onde serão debatidos as possiveis modalidades de intervenção na sociedade política bracarense.

Não sendo nem mentor, nem subscritor, nem organizador desta reunião, - apesar de o meu nome ter sido referido como tal num órgão de comunicação social -, irei participar nela para intervir num debate que considero interessante e util para a cidade.

A alternativa de constituição de um novo partido, apadrinhado pela PE, vocacionado para as próximas eleições autárquicas e para o concelho de Braga, merece-me sérias dúvidas.

Tal estratégia provocaria naturalmente a divisão dos votos da oposição e, obviamente, o seu enfraquecimento. É uma ideia irrealista e que objectivamente só pode beneficiar os socialistas nas próximas eleições.

A solução que tenho vindo a defender consiste na constituição de uma frente alargada a toda a oposição, contra a actual maioria socialista da Câmara Municipal de Braga, tendo em vista quebrar o ciclo vicioso e viciado instalado.

Esta estratégia de bipolarização sempre foi defendida pelo PPM. Assim, em conferência de imprensa de 30 de Novembro de 1992, viemos em defesa, considerando-a como única possibilidade real de inverter o rumo dos acontecimentos em Braga.

Como se tem verificado, a gestão socialista tem vindo a comprometer em muitos aspectos, o desenvolvimento harmonioso e equilibrado do nosso concelho, muito particularmente no que respeita o crescimento urbanístico, hoje claramente mais dependente dos negócios de particulares do que do interesse público e colectivo.

Para bem dos bracarenses, é urgente mudar este estado de coisas.

A possível constituição de uma lista de cidadãos que unidos sobretudo pela vontade de servir Braga, organizados à volta de um programa que possa despertar uma campanha com dinâmica de vitória, fazendo frente ao Partido Socialista desta cidade, - perspectiva, à partida, com evidentes hipóteses de sucesso -, passaria naturalmente pelo "apagamento" assumido dos partidos, enquanto tal, que teriam de abdicar de uma intervenção mais protagonizada.

Matematicamente esta estratégia poderia resultar, já que somaria TODOS os votos da oposição. Reconheço contudo que não é fácil juntar forças tão diferentes numa mesma orientação; No entanto, os benefícios que daí resultariam para todos perecem claros.

Seria um mandato de transição, baseado num programa de compromisso entre os vários partidos, contemplando todas as grandes questões que se põem à gestão da Autarqui de Braga e que, como se sabe, tem merecido o consenso dos diferentes partidos da oposição.

O PPM tudo fará para que esta solução vingue.

Assim, será esta a posição que irei defender na reunião do próximo sábado.
Ainda é possível vencer convencendo.


Manuel Beninger
(Presidente Nacional da Juventude Monárquica e
Coordenador da Comissão Política Distrital de Braga do PPM)