O representante do Partido Popular Monárquico na Assembleia Municipal de Braga defendeu ontem que a Direcção Regional de Agricultura e Pescas do Norte deve assumir-se como "advogado da defesa" da Agricultura Regional Norte.
A posição assumida por Manuel Beninger visa que a estrutura sediada em Braga assuma uma causa que, "lamentavelmente, a Direcção Regional de Agricultura de Entre Douro e Minho não soube acautelar com sucesso", por "sempre" ter mantido "a cómoda posição de simples serventuária do poder [central]".
Aproveitando a realização de mais uma edição da Feira Internacional de Agricultura, Pecuária e Alimentação promovida pelo Parque de Exposição de Braga, Beninger centra as atenções na"crise indisfarçável da lavoura minhota", sublinhando que "não há uma única cultura da nossa região que não esteja com graves problemas".
"O vinho vende-se mal e a preços insuficientes, os cereais, pese embora o subsídio anual, continuam a fracassar na economia do agricultor minhoto" e "os subsídios à produção estão envenenados com um labirinto de exigências burocráticas, que só uma minoria dos agricultores da nossa região beneficia dele", refere o deputado municipal monárquico.
Levando mais longe a incursão pelo mau estado em que se encontra a agricultura da região Minho, o deputado do PPM denuncia que "o leite, sector que durante muitos anos foi o sustentáculo das pequenas explorações, atingiu custos de produção que é dificil ao pequeno agricultor insistir na sua produção".
"A bovinicultura foi assacada com doenças que vêm dizimando os efectivos e desvalorizou-se de tal maneira, que só por loucura se pode continuar com os estábulos em produção. A fruticultura, igualmente vítima das leis leoninas impostas pela União Europeia, está no limite da rentabilidade, constatando-se grande dificuldade de concorrer com as contínuas importações de todos os continentes", acentua.
De fora do rol das lamentações também não ficam "a horticultura, os pequenos ruminantes, a floricultura, a avicultura e todas outras pequenas fontes de rendimentos do agricultor deste minifúndio minhoto, que durante séculos foi a menina dos olhos do país [e que agora] está sem presente e sem futuro", nota Manuel Beninger, para quem também a floresta "está a braços com a crise que debilita os preços".
"Com discursos "balofos" da classe política, omite-se que Portugal não negociou devidamente os interesses da lavoura nacional, quer pela ignorância e incompetência dos políticos, quer pela falta de humildade de reconhecer que se errou e que é indispensável exigir uma renegociação equilibrada dos compromissos desatempadamente assumidos", conclui o deputado monárquico na Assembleia Municipal de Braga.