A celebração do centenário da implantação da República mereceu, na última Assembleia Municipal, uma intervenção de fundo do deputado socialista José Manuel Barbosa, que considerou que a efeméride “deve abrir portas a uma reflexão profunda dos dias que hoje vivemos”. Estes cem anos “caracterizam-se por uma política de avanços e recuos, que sistematicamente esmagaram os sonhos e esperanças do povo português”.
Segundo o eleito “rosa”, em Braga são também “muitas as situações que reflectem profundas contradições em nome de uma modernidade de mau gosto, uma ignorância dos verdadeiros valores históricos e um desprezo por muitos aspectos de uma cidade com mais de dois mil anos de história”.
José Manuel Barbosa notou que “a generosidade dos ideais republicanos não foi acompanhada pelo realismo da política”, considerando que “muitas das esperanças foram para Braga azedos frutos”.
A intervenção “republicana” mereceu, contudo, a resposta do monárquico Manuel Beninger que questionou qual a República que se estava a comemorar: a dos assassinatos e compadrio político da I República ou os 48 anos de ditadura do estado Novo?”.