Braga, 10 dez (Lusa) – O PPM exigiu hoje que a Câmara de Braga cumpra a recomendação da Assembleia Municipal de abrir as cantinas escolares aos fins de semana e reforçar as refeições para alunos carenciados.
Em declarações à Lusa, o deputado monárquico Manuel Beninger disse que o Município deve fazer o levantamento das situações de carência social, de forma a abrir as cantinas quando necessário.
“O PPM não aceita a justificação do presidente da Câmara de que «crianças não são camelos» que acumulam ao almoço para não jantarem”, sustentando que “o problema é mesmo esse, o de haver crianças que não fazem uma segunda refeição noturna”.
A moção do PPM, que integra a coligação Juntos por Braga na oposição, foi aprovada dia 26 de Novembro, por unanimidade na Assembleia Municipal, quer pelos deputados municipais – incluindo os socialistas – quer pelos presidentes das juntas de freguesia.
O tema foi debatido quinta-feira na reunião do Executivo municipal de Braga por iniciativa da Coligação, tendo o autarca socialista Mesquita Machado dito que a Câmara pondera abrir as cantinas, quando tal lhe for solicitado e sempre que tal se justifique.
Contactado pela Lusa o Gabinete da Presidência da Câmara disse que o autarca não quer comentar as críticas do PPM.
Manuel Beninger lamenta que Mesquita Machado “tenha usado uma comparação infeliz e de mau gosto, recorrendo ao sistema alimentar próprio dos camelos para tentar fugir às suas responsabilidades perante a crise social que aflige os portugueses”.
“Serão camelos todos os presidentes da junta e deputados municipais que aprovaram a recomendação à Câmara?”, pergunta.
O deputado municipal lembra que, nas freguesias a situação é mais fácil de monitorizar, dado que as cantinas estão sob a alçada das juntas, mas na zona urbana é a empresa municipal Bragahabit que assegura diretamente o serviço de refeições nas cantinas.
“Impõe-se que a Câmara faça o levantamento das situações e haja em conformidade em vez de arranjar desculpas para não agir”, insiste.
Na moção apresentada na Assembleia Manuel Beninger propõe que a Câmara corte na despesa na iluminação natalícia nas vias públicas, para assim poder abrir as cantinas escolares.
Lembra que “as escolas estão a detetar cada vez mais casos de novos pobres”.
“Trata-se de alunos da classe média baixa sem direito à Acção Social Escolar (ASE) porque os rendimentos familiares estão acima dos 649 euros que são os valores mínimos necessários”, sublinha.
Para Manuel Beninger “há cada vez mais crianças com carências alimentares. Nos dias de hoje aumentam o número de crianças que só tem uma refeição quente por dia”.