Jornal "Diário do Minho" de 11 de Dezembro, pág. 7
O PPM exigiu ontem que a Câmara de Braga cumpra a recomendação da Assembleia Municipal de abrir as cantinas escolares aos fins de semana e reforçar as refeições para alunos carenciados. Os monárquicos, que também não perdoaram o autarca bracarense por ter comparado crianças subnutridas com camelos, foram acompanhados na reivindicação pela estrutura concelhia do Bloco de Esquerda, que acusou o presidente da autarquia bracarense de ter recorrido a uma linguagem “boçal e desqualificada”, para se furtar à recomendação do órgão máximo municipal.
Embora acusado pelas duas forças políticas de ter “ilustrado” com a imagem dos camelos a necessidade, apontada pela totalidade dos deputados municipais – incluindo a maioria socialista – de reforçar o almoço escolar das crianças que se suspeita que não tenham jantar nem refeições ao fim-de-semana, o autarca socialista escusou-se a quaisquer comentários.
Em declarações proferidas à Lusa, o deputado municipal monárquico Manuel Beninger disse que o Município deve fazer o levantamento das situações de carência social, de forma a abrir as cantinas quando necessário.
A moção do PPM, que integra a coligação Juntos por Braga na oposição, foi aprovada dia 26 de Novembro, por unanimidade na Assembleia Municipal, quer pelos deputados municipais – incluindo os socialistas – quer pelos presidentes das juntas de freguesia.
Unanimidade contra a fome
Manuel Beninger lamenta que Mesquita Machado “tenha usado uma comparação infeliz e de mau gosto, recorrendo ao sistema alimentar próprio dos camelos para tentar fugir às suas responsabilidades perante a crise social que aflige os portugueses”.
O também dirigente nacional do PPM lembra que, nas freguesias a situação é mais fácil de monitorizar, dado que as cantinas estão sob a alçada das juntas, mas na zona urbana é a empresa municipal Bragahabit que assegura diretamente o serviço de refeições nas cantinas.
Na moção apresentada na Assembleia Manuel Beninger propõe que a Câmara corte na despesa na iluminação natalícia nas vias públicas, para assim poder abrir as cantinas escolares.
“Trata-se de alunos da classe média baixa sem direito à Acção Social Escolar (ASE) porque os rendimentos familiares estão acima dos 649 euros que são os valores mínimos necessários”, sublinha.