Revista "SIM Minho" de 1 de Abril de 2012, pág. 24
A defesa da forma de confecção tradicional é o grande desafio com que se debate a Confraria do Pão-de-Ló. Com o evoluir da tecnologia e a procura de lucro fácil desvirtuou a tradição ancestral que foi passando de geração em geração. “Todos têm o direito de trabalhar e a expressarem-se da maneira que gostam e querem. Quem defende o Pão-de-Ló tradicional, defende acima de tudo o legado que os nossos familiares nos deixaram e pretendemos valorizar e preservar”, afirma, convicta, Fátima Salgado, presidente da Confraria do Pão de Ló Tradicional.
Guimarães recebeu a entronização de D. Isabel de Herédia, que serviu de motivo para reafirmar a importância da preservação das tradições. “É uma espécie de prémio que se dá à pessoa que aderiu à nossa causa, que é a defesa do património gastronómico que se chama Pão-de-Ló tradicional. A entronização propriamente dita consiste numa oração, na entrega do Traje com o escapulário. O escapulário é simbolizado por uma rosca de pão-de-ló”, explica Fátima Salgado.
As confrarias são vistas, não raras vezes, como pessoas que apenas se juntam para almoçar. É mesmo assim?
“É muito mais que isso. Reunimo-nos algumas vezes – não tantas como desejaríamos, porque somos uma Confraria de âmbito nacional. É difícil fazer reuniões com a assiduidade que desejaríamos. Discutimos quem está bem, quem poderá evoluir ao nível de que é tradicional. Não podemos ficar estáticos, temos que ser muito mais proactivos na defesa da nossa causa”.
Após a eucaristia e cerimónia de entronização, seguiu-se a Recepção no Passo dos Duques. António Magalhães, Presidente da Câmara de Guimarães proferiu discurso de boas vindas, enquanto a Oração de Sapiência esteve a cargo de Isabel Fernandes, Ex-directora do Museu Alberto Sampaio e investigadora na área da doçaria conventual e tradicional.
O evento terminou com um momento cultural e o almoço, em que o Pão-de-Ló foi a figura principal.
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