A Santa Casa da Misericórdia de Barcelos inaugurou ontem à tarde a estátua
de S. Nuno de Santa Maria, junto aos Paços do Concelho, numa cerimónia marcada
por ruidosos protestos populares contra o Governo e a troika.
Na inauguração era esperada a presença do ministro dos Negócios
Estrangeiros, Paulo Portas, mas o governante foi substituído à última da hora pela
sub-secretária de Estado Vânia Dias da Silva, que acabou por não discursar.
Apesar da «barulheira» que se ouviu, o provedor da Misericórdia de
Barcelos afirmou que a crise que o país atravessa só poderá ser vencida com a
partilha de que S. Nuno foi exemplo. «É neste exemplo de partilha e obras de
misericórdia que terá de assentar a esperança de Portugal», disse.
António Pedras reconheceu que a cerimónia, em que participaram várias individualidades
locais e nacionais, entre as quais os Duques de Bragança, ficou «manchada por manifestações
de hostilidade». «As manifestações não foram para S. Nuno, foram para os
políticos. Mas não se tratou de uma homenagem a políticos, mas sim a um dos
maiores portugueses de sempre», frisou. Para o provedor a mensagem do
Condestável tem de ser atualizada e interiorizada pelo Governo. «A humildade de
que deu provas o Condestável tem de ser exercício do dia a dia do Governo»,
afirmou. Para António Pedras, a honestidade e a caridade são fundamentais ao
«difícil ofício de governar».
Apesar da Misericórdia «não fazer política», a instituição decidiu estender
a homenagem aos militares que «têm sido muito mal tratados».
O provedor salientou que a inauguração da estátua a S. Nuno vai ficar gravada
na história de Barcelos. «A sociedade civil barcelense vai saldar finalmente
uma dívida de gratidão a um herói nacional e Santo», rematou.
A sub-secretária de Estado dos Negócios Estrangeiros considerou normal a
manifestação de ontem, mas lamentou o facto dos manifestantes «não terem percebido
que se tratava de uma cerimónia de exaltação da pátria e do nacionalismo».
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