O Governo dos Açores assegurou hoje que não há crianças a passar fome
nas escolas da região, depois de dois partidos da oposição, CDS-PP e PPM, terem
repetidamente feito esta denúncia no parlamento açoriano.
“Nas nossas escolas não há qualquer criança a passar fome”,
afirmou o secretário Regional da Educação, Luiz Fagundes Duarte, no plenário da
Assembleia Legislativa dos Açores, que está esta semana a debater o orçamento e
plano anual de investimentos para 2013 na região.
Pouco antes, o líder parlamentar do CDS-PP/Açores, Artur
Lima, tinha dito a Fagundes Duarte que na apresentação e defesa que fez do
orçamento da Educação para 2013 o secretário só falou em “obras”, lamentando
que não tivesse referido as “medidas” que vão ser tomadas pelo executivo
regional “para matar a fome aos alunos nas escolas dos Açores”.
Artur Lima mostrou a Fagundes Duarte um jornal com uma
reportagem sobre crianças que passam fome nas ilhas e recebem assistência de
instituições, algo que o deputado do PPM Paulo Estêvão já tinha feito na
terça-feira, quando o parlamento regional debatia o orçamento da Solidariedade
Social.
Segundo Paulo Estêvão, as crianças açorianas “têm dos piores
resultados do país por chegarem de barriga vazia às escolas”.
No debate de hoje, Artur Lima recusou ser um “delator” e
defendeu que cabe ao secretário regional da Educação mandar averiguar se as
notícias dos jornais têm fundamento.
O deputado do PS/Açores Domingos Cunha aproveitou o regresso
deste tema ao debate para esclarecer uma intervenção que tinha feito na
terça-feira e que gerou protestos entre a oposição e se tornou em assunto nas
redes sociais.
Domingos Cunha afirmou na terça-feira acreditar que não é
pela barriga vazia que há insucesso escolar nos Açores, esclarecendo hoje que
sabe bem, até por ser médico, os efeitos que a fome e a pobreza têm no rendimento
das crianças e que apenas quis dizer que não será exclusivamente por esse
motivo que os estudantes açorianos têm problemas de aproveitamento escolar.
Paulo Estêvão pediu em seguida para intervir no plenário em
“defesa da honra” e os dois deputados envolveram-se numa troca agressiva de
palavras antes de uma pausa nos trabalhos do plenário.
Paulo Estêvão e Domingos Cunha acabaram por abandonar
plenário rodeados por outros deputados que assim evitaram o contacto físico
entre os dois.
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