O PPM apresentou na última Assembleia Municipal uma Moção propondo à Câmara de Braga um levantamento das zonas onde os arrumadores de carros actuam. O documento propunha ainda que se soubesse quantos arrumadores existem, "com vista a encaminhamento social futuro, implementando as estratégicas e parcerias adequadas para a resolução deste grave problema social".
Esta moção chegou a gerar alguma discussão entre os deputados municipais dos diversos grupos políticos e acabaria por ser chumbada com os votos da maioria PS, realçando-se a abstenção da socialista Maria do Carmo Antunes.
Na defesa da sua moção, Manuel Beninger salientou que o número de arrumadores de carros em Braga tem crescido substancialmente. "É vê-los de dia na rua Sá de Miranda, na travessa Marcelino Pires, na Zona da Estação Rodoviária, na rua Professor Machado Vilela, na rua 25 de Abril, em frente aos Granjinhos, etc, etc.", disse, acrescentando que, à noite, eles voltam a escolher os sítios mais lucrativos.
Para o deputado do PPM, o mais grave "é a passividade com que a Polícia Municipal de Braga e a PSP que, sabendo da existência destes arrumadores ilegais, nada fazem para a protecção do munícipe". Na opinião de Manuel Beninger, a situação torna-se caricata quando acontece nas zonas de parquímetros, em que o munícipe paga primeiro à Câmara e, depois, com medo dos estragos na viatura, dá a moeda ao arrumador.
Nesta ordem de ideias, o deputado municipal questionou a existência de uma política séria de intervenção social pela Câmara de Braga, realçando que, na opinião do PPM, a autarquia "tem responsabilidades na reabilitação desses seres humanos por forma que possam ser novamente parte integrante da sociedade".
Pelo PS, Marcelino Pires começou por dizer que compreendia a bondade subjacente a esta moção e que os socialista comungavam desta preocupação. No entanto, sustentou, isto é "um caso de polícia". "O que o PPM; pretende, a nosso ver, não cabe nas competências da Câmara. A Polícia Municipal também não tem competências nesta matéria. Isto é claramente um caso de polícia", afirmou.
João Delgado, do Bloco de Esquerda, disse, por sua vez, não partilhar dos considerandos da moção, considerando mesmo os arrumadores "inócuos". Para o BE, a autarquia tem competências para intervir nesta área social. Por isso, revelou o voto favorável à moção, salvaguardando que a intervenção teria de ser social, e nunca policial, para ajudar pessoas.
O social-democrata João Granja, realçando a complexidade desta questão, afirmou que isto não é um caso de polícia, como sustentou o PS. "O que se pede é um levantamento da situação como ponto de partida para uma intervenção e, por isso, votamos a favor", disse.