Mudar o regime Servir Portugal

Manuel Beninger

domingo, 12 de setembro de 2010

Conselho Nacional do PPM em Guimarães (2)

Jornal "Diário do Minho" de 12 de Setembro de 2010

Paulo Estêvão defende revisão constitucional e anuncia recandidatura

PPM QUER LEVAR A MONARQUIA PARA A ASSEMBLEIA DA REPÚBLICA

DM Rui de Lemos – O Partido Popular Monárquico (PPM) continua empenhado em alterar a norma constitucional que impõe a forma republicana de Governo e quer desencadear um referendo sobre a monarquia. Mas quer mais. Quer conquistar o seu lugar na Assembleia da República, depois da representação parlamentar nos Açores.

O líder do PPM assegurou, ontem, em Guimarães, que o partido monárquico está a crescer e a conquistar a simpatia de cada vez mais populares. “Estamos numa fase de grande crescimento. No último mês entraram para o partido cerca de 100 militantes, o que significa um crescimento explosivo. Isto tem a ver com a crise económica e social e todas as polémicas que o país vive, sobretudo as questões judiciais. Há uma forte descrença e um acentuado descontentamento da população na situação actual. E há novamente um grande entusiasmo pela questão monárquica”, sublinhou Paulo Estêvão, ontem, à margem do Conselho Nacional e após a colocação de uma coroa de flores na estátua de D. Afonso Henriques, homenageando assim o fundador de Portugal. Enfatizando que “estamos a crescer bastante”, o dirigente apontou o desejo de, tal como nos Açores, “conquistar o nosso lugar na Assembleia da República, em coligações”.

Anunciando que vai voltar a candidatar-se à liderança do PPM, no próximo Congresso Nacional do Partido, a 23 e 24 de Outubro, Paulo Estêvão sustentou que lidera “um projecto de unidade, que integra todas as tendências”. Deputado no Parlamento dos Açores, o dirigente continua a propor-se “trabalhar para que tenhamos o sucesso que já tivemos no passado e temos nos Açores. Acho que é possível o partido regressar como uma forma política independente à Assembleia da República. É neste âmbito de grande unidade que me vou candidatar”, concretizou.

Numa altura em que se assinala o centenário da Implantação da República em Portugal e passam 102 anos sobre o regicídio do rei D. Carlos, Paulo Estêvão prometeu ainda, que o partido se empenhará “numa marcação cerrada” para contrariar as celebrações e mensagens republicanas, insistindo na necessidade de referendar a monarquia. “Defendemos a consulta à população que nunca foi realizada ao longo destes 100 anos. É assim a democracia, as pessoas votam e escolhem em liberdade. No Brasil, a monarquia obteve 17%, mas, por exemplo, na Austrália, a população manifestou-se pela manutenção do sistema monárquico. Em Portugal, também considero que seria fundamental que a população fosse consultada e pudesse expressar-se sobre a República e o sistema monárquico”, advogou, acrescentando que a República nunca foi questionada nem referendada em Portugal, sendo, por isso, “resultado da vontade de uma minoria”. Por isso, o PPM concorda com a proposta social-democrata de avançar com a revisão constitucional, desejando alterar a constituição e advogando “uma lei fundamental igual para todos”, além da alteração do Art.º 288, passando a denominação “forma republicana” e constar como “forma democrática” no texto. Obviamente que a alteração permitiria aos cidadãos eleitores escolher entre um regime republicano ou monárquico para Portugal, através daquele desejado referendo.