Semanário "Noticias de Guimarães" de 17 de Setembro de 2010
PPM QUER MONARQUIA NA ASSEMBLEIA DA REPÚBLICA
NG Teresa Ferreira – O Partido Popular Monárquico (PPM) quer conquistar o seu lugar na Assembleia da República (AR), a exemplo do que já acontece no parlamento açoriano. Esta é a determinação do líder do PPM que no último sábado reuniu “a sua corte” em Guimarães e homenageou o primeiro rei de Portugal.
Em declarações ao NG durante a cerimónia de colocação de uma coroa de flores na estátua de D. Afonso Henriques, junto ao Castelo, solenização que precedeu a reunião de trabalhos com vista à preparação do Congresso do PPM agendado para Outubro próximo, Paulo Estêvão adiantou “estamos numa fase de crescimento. No último mês entraram para o partido cerca de 100 militantes”. Um crescimento que sustenta a pretensão de alterar a norma constitucional que impõe a forma republicana de Governo sobre a monarquia.
N opinião do dirigente monárquico, o crescimento do PPM justifica-se com a crise económica e social e todas as polémicas que o país vive, “sobretudo as questões judiciais”, considerou.
Na ocasião, o deputado no Parlamento dos Açores anunciou que se vai candidatar à liderança do PPM, no Congresso Nacional agendado para os dias 23 e 24 de Outubro, assumindo que lidera “um projecto de unidade, que integra todas as tendências”.
Convicto que o partido atingirá “o sucesso que já tivemos no passado nos Açores”, Paulo Estêvão acredita ainda na possibilidade de o partido regressar como força política independente à AR. De resto “é neste ambiente de grande unidade que me vou candidatar”, acrescentou.
Quanto à defesa de um referendo sobre a monarquia, justificou que “a população nunca foi consultada nos últimos 100 anos”. Em alusão à comemoração do centenário da República, comentou “a República nunca foi referendada”, por isso “é o resultado de uma minoria”. Apontando que a democracia exige que o povo seja chamado a pronunciar-se, o parlamentar açoriano expôs exemplos de outros países: “No Brasil, a monarquia obteve 17%, mas na Austrália, a população manifestou-se pela manutenção do sistema monárquico”.
Neste sentido, acrescentou que o PPM está ao lado do PSD na proposta de avançar com a revisão constitucional, desejando alterar a constituição introduzindo “uma lei fundamental e igual para todos”. A proposta monárquica visa ainda a alteração do Art.º 288, passando a denominação “forma republicana” a constar como “forma democrática”. Esta alteração permitiria aos eleitores “escolher entre um regime republicano ou monárquico, através de um referendo”, concluiu.
Acrescente-se que o Conselho Nacional do PPM que reuniu durante a tarde aprovou, para além do Regulamento para o XXIII Congresso Nacional a realizar-se em Lisboa, a criação de um Conselho de Senadores, que irá contar com nomes históricos do partido, recuperando assim valores fundamentais do PPM. Entre os senadores irão estar antigos ministros, antigos deputados e fundadores do PPM.
Das conclusões do Conselho Nacional, consta ainda a análise à situação política do país, mostrando o PPM a sua preocupação face à grave crise social e económica que atravessamos. “Como um dos quatro partidos que foi governo em Portugal, o PPM irá nesta reabertura do ano político pautar a sua acção com a apresentação de medidas concretas para o difícil momento em que vivemos”, sublinhou.