Politica: PPM vai lançar referendo à constituição em 2011
Lusa - O Partido Popular Monárquico (PPM) vai lançar, este ano, uma petição para um referendo sobre a alteração do artigo da Constituição Portuguesa que só permite a forma republicana de governo.
Em declarações à Lusa, o vice-presidente do PPM, Manuel Beninger defendeu a necessidade de alterar “o malfadado artigo 288 alínea b” para “numa segunda fase, poder-se perguntar aos portugueses se preferem a república ou a monarquia”.
O PPM acredita mesmo no sucesso duma iniciativa parlamentar para alterar o artigo, dado que na última legislatura “uma iniciativa nesse sentido dos deputados dos PPM obteve a maioria dos votos”, mas ficou aquém dos dois terços necessários para o processo de alteração.
Em defesa da causa, argumentou que “os países mais democráticos na Europa são monarquias” e os “com maior índice de desenvolvimento no Mundo também são monarquias”, citando os casos da Suécia, Noruega, Holanda, Austrália, Canadá, e Japão.
Como exemplo “da verdadeira democracia que são as monarquias”, o dirigente referiu que “em Espanha é possível referendar a monarquia, algo que não acontece em Portugal, ou em França”.
Sobre “os malefícios da república”, declarou que neste momento é possível eleger para presidente “um Tiririca”.
A duas semanas das eleições presidenciais, o PMM afirma que “a república bateu no fundo. Está a dar os últimos suspiros” e que os que hoje concorrem à chefia do estado, “representam partidos e não a unidade nacional, que só pode ser personalizada na figura do rei”.
“O que temos é como se, num jogo de futebol, o árbitro fosse de uma das equipas. Não pode, o árbitro tem de ser isento, não pode representar um partido”, explicitou.
Quanto à actual “campanha suja”, corporizada no caso BPN, Beninger refere “que assistimos ao enxovalhar de alguém que é suposto representar a nação, o que não dá qualquer credibilidade à república”.
Em relação à campanha presidencial, Luís Coimbra, fundador do PPM retirado desde 1992, não consegue ver “onde é que termina a falta de ética republicana e onde é que começa a imoralidade republicana”.
“Dado o panorama”, Luís Coimbra não faz intenções de votar, mas olha “preocupado para o futuro”.
“Estou interessado em saber é se, depois das presidenciais, vamos, ou não, ter eleições antecipadas para enterrar esta terceira república, seja através de referendo, seja através de uma alteração politica radical a todo este sistema”, concluiu.
Cerca de 150 pessoas marcaram presença no ‘jantar de reis’ dos monárquicos, em Braga. O convívio contou também com a presença de dirigentes locais do PSD e do CDS, parceiros na coligação ‘Juntos por Braga”.