Mudar o regime Servir Portugal

Manuel Beninger

sexta-feira, 26 de novembro de 2010

Assembleia Municipal - Plenário: Crise que dói


RECOMENDAÇÃO

“CRISE QUE DÓI”


O presidente da Cáritas Portuguesa, Eugénio Fonseca, mostra-se preocupado com o número crescente de pedidos de ajuda que podem aumentar entre 20 a 30% este ano, quando comparado com 2009. Em Outubro do ano passado, a Cáritas apoiava cerca de cinco mil pessoas, e agora 62 mil já estão a receber apoio. Segundo o mesmo, estes números não espelham a realidade porque há muitas Cáritas Diocesanas que já não têm capacidade para atender todas as situações.

O desemprego será a razão principal que leva as pessoas a procurar ajuda e o Orçamento do Estado para 2011 não beneficiará os portugueses, sobretudo os da classe média e baixa: no que respeita ao abono de família, na diminuição de algumas prestações sociais, no aumento do IVA e no aumento do custo de vida em geral.

As escolas estão a detectar cada vez mais casos de novos pobres. Trata-se de alunos da classe média-baixa sem direito à Acção Social Escolar (ASE) porque os rendimentos familiares estão acima dos 649 euros que são os valores mínimos necessários.

Há cada vez mais crianças com carências alimentares. Nos dias de hoje aumentam o número de crianças que só tem uma refeição quente por dia.

Um pouco por todo o país, cada vez mais crianças chegam à escola com fome, e é de estômago vazio que tentam aprender. Pouco ou nada comeram de manhã. Pouco ou nada comeram à noite. Sentam-se irrequietas, estão desconcentradas e algumas queixam-se de dores de barriga. Há alterações de comportamento associadas à fome que os professores já aprenderam a detectar e que garantem serem mais notórias este ano lectivo.

Isto é indigno.

É premente responder de imediato às necessidades alimentares sentidas para que os “nossos” filhos não tenham dificuldades na aprendizagem.

Neste sentido, a Câmara Municipal de Braga, apesar da má situação económica do país, não pode virar as costas a este imenso problema social, devendo mostrar compreensão e bom senso e hierarquizar os seus investimentos, pois este é certamente um investimento para o futuro, nos recursos humanos.


Assim:

A Assembleia Municipal de Braga, consciente da necessidade económica que muitas famílias em tempo de crise atravessam, e sabendo que a educação é um desígnio nacional, vem recomendar à CMB:

1 - O reforço das refeições escolares para os alunos mais carenciados porque muitos deles não irão certamente jantar;

2 - A abertura das escolas e das cantinas escolares nos fins-de-semana, se se justificar e se a situação económica piorar, para apoiar alimentarmente os alunos mais carenciados.

Como solução financeira para controlar os custos acrescidos desta medida política proposta, sugerimos a contenção da despesa na iluminação natalícia nas vias públicas, para assim podermos ter um Natal mais brilhante dentro de cada um de nós.

Manuel Beninger

Grupo Municipal do P.P.M. na Assembleia Municipal de Braga

[Recomendação aprovada por unanimidade]